ACM Neto: o que as pesquisas não dizem, a realidade nos conta

No “reino” do prefeito “Netinho” Salvador é vendida como a cidade do turismo, como diz o ditado popular, pra “inglês vêr”

Governador Rui Costa (PT): caviar para a classe média e os turistas, lata de sardinha para os trabalhadores

O governador do PT declara que é preciso criar linhas especiais para atender um setor da classe média que não se sente atraída pelo transporte coletivo de Salvador.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dois Brasis: Após 8 anos, Brasil continua um campeão da desigualdade*

Muitos trabalhadores associam o governo Lula ao combate à miséria e á desigualdade. O carro-chefe da propaganda governista são as medidas assistencialistas que não enfrentam os problemas estruturais da probreza em nosso país. O governo tenta nos convencer que seria possível acabar com a desigualdade social com um programa assistencialista que gasta apenas 0,3% do PIB, como é o Bolsa Família.

Mas, após 8 anos, o Brasil continua com uma injusta distribuição de renda. Enquanto os 10% mais ricos ficam com 50% da renda do país, os outros  50% mais pobres recebem apenas 10%.

Além disso, segundo relatório da ONU divulgado em julho, o Brasil tem o terceiro pior índice de desigualdade no mundo, sendo um dos países que mais apresentam distância entre pobres e ricos.

O pior é que os mais afetados são as mulheres (que recebem salários menores que os homens), os negros e os indígenas. No Brasil, apenas 5,1% dos brancos sobrevivem com o equivalente R$ 54 por mês. O percentual sobre para 10,6% no caso de índios e negros.

Acabar com a desigualdade exige uma mudança radical na política econômica. Uma transformação que signifique oferecer pleno emprego aos trabalhadores e à população pobre em vez de programas de ajuda que não concedem uma vida digna, apenas congelam a miséria.


* Texto do Opinião Socialista n° 409.

sábado, 28 de agosto de 2010

Mesmo fora dos debates na TV, Prof. Carlos segue pontuando nas pesquisas

(por Raíza Rocha)
Nesta sexta-feira (27 de agosto), o Datafolha divulgou pesquisa de intenção de votos para o governo do Estado. A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 24 de agosto, em 42 cidades baianas, ou seja, após o início dos primeiros debates na Televisão e da propaganda eleitoral gratuita. Segundo a pesquisa, prof. Carlos pontua 1%, atrás apenas de Wagner, Paulo Souto e Geddel.

Mesmo com o boicote das emissoras de televisão que insistem em não chamar o candidato do PSTU para participar dos debates na TV; mesmo com o menor tempo entre os candidatos para apresentação do programa no horário eleitoral gratuito e, ainda, mesmo com toda campanha da mídia para confundir os trabalhadores em relação a validade das candidaturas, o PSTU-BA segue pontuando nas pesquisas. 

Eleições democráticas?
Segundo informações do Datafolha, 88% dos eleitores usam a TV para obter informações que os levem a uma opinião sobre as eleições. No entanto, apesar desse índice altíssimo, na democracia dos ricos apenas os mesmos partidos podem apresentar, para esses 88%, o seu programa. Na telinha, a programação de 2 em 2 anos se repete: os mesmos partidos, com  programas iguais, fazem as mesmas promessas de mudança, e nada muda. 

Por isso, o PSTU afirma, com muito orgulho, que a pontuação de 1% de Prof. Carlos significa, em primeiro lugar, a identificação dos trabalhadores com o nosso programa socialista e, em segundo lugar, o esforço dos militantes e apoiadores que divulgam as candidaturas nas escolas, universidades e locais de trabalho, na internet e nas conversas com amigos e vizinhos. Apesar de todo o boicote da mídia e do próprio caráter antidemocrático do processo eleitoral, o PSTU faz a sua campanha e aponta uma alternativa para os trabalhadores nestas eleições.

Candidatos do PSTU fazem campanha na cidade de Ipiaú

Nos dias 21 e 22 de agosto, os candidatos do PSTU, Prof. Carlos (governo),  Albione (senado), Danilo Marques (dep. federal) e Índio (dep. estadual), estiveram na cidade de Ipiaú, aproximadamente a 450 Km de Salvador, para gravar programa eleitoral e apresentar as candidaturas socialistas para os trabalhadores do município. Os candidatos panfletaram os materiais de campanha na feira da cidade e conversaram com a população. Prof. Albione, candidato ao senado, nasceu nesta cidade e sempre esteve vinculado à luta dos trabalhadores da região.

Veja algumas fotos das atividades:

Na feira da cidade

Na feira da cidade
Prof. Carlos na gravação do programa eleitoral

Seminário do PSTU-BA avança na construção de um programa socialista para os trabalhadores baianos

Encerramento do Seminário (por Raíza Rocha)
Nos dias 13 e 14 de agosto, na Uneb - campus do Cabula, foi realizado o Seminário de Programa do PSTU-BA. O seminário teve como objetivo consolidar o programa de governo das candidaturas do PSTU no estado. Neste sentido, abordou os temas mais importantes de um processo eleitoral sobre a ótica dos trabalhadores e da juventude: emprego, saúde, educação, questão urbana, violência, racismo, machismo e homofobia.

A mesa de abertura contou com Daniel Romero, candidato a vice-governador, e o professor Sinval (IFBA), que fizeram um balanço dos governos FHC e Lula e apontaram uma necessidade de ruptura com estas duas experiências. A segunda mesa contou com Carlos Zacarias (UFBA) e Cecília Paula (UFBA), que fizeram um balanço dos 16 anos de carlismo na Bahia e 04 anos de governo Wagner. Segundo os palestrantes, pouco mudou no estado com o governo do PT.

Após os vários GD’s que ocorreram ao longo do dia 14, a mesa de encerramento contou com uma mensagem final dos candidatos presentes. As fotos da atividade você pode conferir no nosso blog e as propostas formuladas durante o seminário serão apresentadas ao longo da nossa campanha, nas aparições na imprensa, nos horários eleitorais e nas caminhadas.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Veja os programas do PSTU-BA desta semana!

      Se você perdeu o PSTU-BA no programa eleitoral ou está afim de assistir novamente, acesse a nossa TV PSTU.

      Essa semana, o partido irá esclarecer à população baiana sobre a situação das candidaturas, que seguem nas ruas com os mesmos direitos  dos outros candidatos! Além disso, no nosso programa de disputa ao senado, você poderá ver porque todos os outros candidatos são iguais!
      Danilo Marques, candidato a deputado federal, irá utilizar o seu tempo de TV para denunciar a política  do governo Lula de privatização das universidades  e apresentar um programa socialista para educação. Índio, candidato a deputado estadual, colocou o seu programa eleitoral à serviço da campanha salarial dos metalúrgicos da Bahia. E, finalmente, Prof. Carlos  demonstra que existem apenas dois lados nessas eleições: o lado dos patrões, e o lado dos trabalhadores.

       Não percam! Assistam no programa eleitoral e depois acessem a nossa TV PSTU  e dê sua opinião!
 

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Jornal A Tarde publica Sabatina com Prof. carlos 16



"A GENTE PRECISA INVERTER A LÓGICA DE PRIORIDADES"

A luta continua. Carlos José Bispo do Nascimento teve rejeitado o pedido de registro de candidatura para o cargo de governador pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Mas esta é apenas uma das batalhas que ele tem para travar até o dia 3 de outubro, data do primeiro turno. Destaque-se, um dos poucos momentos em que ele ri é quando fala da eleição por vir. “A gente quer eleger deputados estaduais, federais, senador e até o governador”, diz, antes de um riso meio irônico que prece de a afirmação final sobre o que é a eleição para ele e para o PSTU: “As cartas não são usadas da mesma forma”.

Há dois anos no partido, esta será a primeira eleição disputada pelo Professor Carlos, apesar de ele não ver perspectivas de vitória. E de não acreditar que as mudanças defendidas pelo partido dele sejam alcançadas através do processo eleitoral. A eleição, acredita o socialista , é um momento onde eles têm mais espaço para apresentar à sociedade os ideais de mudança para a população O candidato afirma que o nascimento do Estado que ele deseja – onde as riquezas seriam repartidas de forma igualitária – só vai acontecer com uma ruptura.

Ele teve o registro de candidatura negado pela Justiça. Vai recorrer. Mas, pela lógica dele, que diferença isso faz?
Oque o senhor está esperando da eleição? 

Nosso objetivo é apresentar uma alternativa negra e socialista para os trabalhadores e trabalhadoras deste Estado, dentro do nosso programa, que é um programa socialista.

Para a eleição vocês projetam algum resultado? A gente quer eleger deputados estaduais, federais, senador e até o governador (risos). Mas entendemos que as cartas não são usadas da mesmaf orma, o processo não é democrático, a dificuldade é muito grande. O que queremos é apresentar uma alternativa.

E quais seriam os principais pontos desta alternativa?

Uma coisa que é central é a inversão da lógica. Hoje existe a priorização das grandes empresas através das concessões, dos incentivos, dos recursos que são repassados pelo Estado para essas grandes empresas. Conosco haveria uma modificação. Iríamos acabar com essas isenções fiscais para as grandes empresas e esse dinheiro iria ser revertido para os setores da educação e da saúde.

Nessa linha, o partido não deve ter muitos apoios de empresários...

Com certeza, nós não temos nenhum.

E quem apoia as suas propostas? 

A nossa campanha é construída e apoiada pelos trabalhadores e militantes. Todas as pessoas que se identificam com o programa socialista, comum programa alternativo para o Estado da Bahia. Aí, a gente tem professores, trabalhadores em geral, tem estudantes que estão apoiando muito as nossas propostas.

Como você pretende apresentar o socialismo para as pessoas?
Os financiamentos decampanha são feitos pelas grandes empresas, quei rão financiar essas candidaturas e os candidatos eleitos vão representar os interesses dos grandes empresários. Para nós, o socialismo real seria pegar esses recursos, que são destinados a essas grandes empresas e direcionar para os trabalhadores. Aí você teria ganhos reais de salários, aumentos de empregos, melhorias na qualidade de saúde e da educação.

Qual seria o montante de recursos financeiros e que aumentos ele permitiria para ostrabalhadores? De acordo com as concessões que essas empresas recebem, a gente poderia estar até dobrando o salário mínimo, porque é muito dinheiro que é repassado.

Mas você não sabe dizer qual é o valor? 
Não.O valor,a gente não sabe, não.O que sabe éque são milhões de reais.

Mas no momento em que você não consegue precisar o valor necessário, não parece que está dando um chute? 
Vou dar um exemplo claro, então. Na crise de 2008, o presidente Lula repassou para os banqueiros um montante de R$ 360 bilhões. São recursos do Estado repassados para grandes empresas. A gente pegaria esses recursos e repassaria para a população.

As empresas quebrariam?
As empresas não quebrariam. Oque aconteceu com a crise foi uma redução na margem de lucro. Tanto que elas recebera mais isenções fiscais e demitiram para lucrar mais.

Que modelo produtivo você imagina para a Bahia?
Já temos um modelo, não vamos inventar a roda. Por exemplo, o modelo automobilístico deu muito certo aqui,coma implantação da Ford, por exemplo. Nós iríamos criar uma empresa automobilística estatal. Por que não criar? Se a gente dá tantos recursos para que uma empresa privada funcione, podemos ter uma estatal automobilística, com aumento de empregos porque a carga horária não seria extenuante.

E o preço do carro?
Não iria aumentar porque a gente não ia trabalhar na perspectiva do lucro como as multinacionais. Iria produzir carros populares, com valor acessível. Os salários pagos por essas multinacionais aqui no Brasil são os mais baixos do mundo. É a lógica do lucro,da superexploração, da mais valia. Poderíamos ter carros mais baratos, empregos e trabalho digno.

Foto: Jornal A Tarde
Você consegue apresentar suas propostas no horário eleitoral?

Esse é o nosso grande desafio, mas, como nosso programa socialista para os trabalhadores e trabalhadoras deste Estado não surge no momento da eleição, temos diálogos permanentes com os trabalhadores a que temos acesso. A gente não tem condição de apresentar o nosso programa em 53 segundos.

O partido surgiu a partir de uma dissidência do PT. Por quea creditar que o caminho dev ocês será diferente?
A primeira coisa a esclarecer é que a criação do PSTU não aconteceu a partir de um desencanto. Tinha um grupo chamado “Convergência Socialista”, trotskista, dentro do PT. Nãohouve um desencanto, na verdade, a Convergência foi expulsa do PT porque não concordamos com o processo de  adaptação ao regime capitalista. Fomos expulsos por não aceitar as linhas reformistas, de adaptação ao sistema capitalista.A tarefa do PSTU é continuar o processo histórico que o PT abandonou. O PT concorda com a exploração dos trabalhadores.


E a política de recuperação do salário mínimo é uma coisa boa? 

A gente não pode fazer comparação com o pior. A gente precisa comparar com o que deveria ser.O salário é de R$ 510,mas quanto é o lucro das grandes empresas?

Você defende um processo de ruptura?
Sim, nós achamos que a exploração dos trabalhadores só vai se encerrar assim.Quando você pensa na exploração, pensa nas dificuldades de acesso a todos os bens que a sociedade produz. As pessoas não têm acesso à cultura, não têm acesso à saúde, nem à arte. Não pode viajar no fim de semana para conhecer as maravilhas deste País. É uma situação de exploração. Não acreditamos que a situação melhore sem o fim deste sistema.

Essa mudança pode ser conseguida através do voto?
Não. Achamos que não. Sabemos que a eleição não muda ar ealidade.Sabemos que os trabalhadores acreditam nisso, por isso votam, acreditando que vão mudar,mas não modifica.


Se nã o for no voto,como é? 
Através das lutas.É a través das lutas e mobilizações. Através de uma revolução, por exemplo, mais para a frente...

Quais são as propostas para os serviços básicos, como a saúde?
A primeira coisa a colocar é a inversão da lógica. As grandes empresas de saúde se beneficiam das concessões e isenções que o Estado proporciona.

O Estado paga os hospitais privados para que tenha o SUS nesses hospitais.Mas o atendimento é péssimo, muito diferente do atendimento particular. Invés de dar esses recursos para o hospital privado atender mal,posso pegar isso e investir nos hospitais públicos. Temos que pensar na valorização desses trabalhadores, que têm uma carga horária extenuante. Para isso, a gente precisa inverter a lógica da prioridade.

Em relação a outros serviços como educação e segurança você também parte dessa inversão da lógica?

É isso mesmo, agora a questão da segurança, a gente precisa partir da perspectiva do povo, da juventude negra da periferia. Não dá para admitir uma polícia que mata os jovens da periferia. É a polícia repressora do governo Wagner, como foi nos governos anteriores. A polícia tem que ser comandada pelos trabalhadores. No lugar do comandante escolhido pelo governador, que vem de um processo de conchavo, com outros interesses. Eu quero ver se fazem blitze com os jovens brancos da Barra. Nunca vi um monte de jovenzinhos brancos em fila naBarra.

As mudanças têm um custo alto.Quem vai pagar? 

As grandes empresas. Elas vão ser sobretaxadas, vão pagar mais impostos. É o que eu disse a você, é a inversão da lógica. Hoje nós trabalhadores pagamos mais impostos e os juros mais altos, enquanto as empresas recebem concessões, pagam juros menores. Na inversão dessa lógica alguémvai ter que pagar e não vão ser os trabalhadores e trabalhadoras.

Que recado quer deixar para os eleitores?

Nessas eleições há vários candidatos, mas apenas dois projetos. Um quer manter o controle do capital para as grandes indústrias e os grandes latifundiários, que financiam essas campanhas, deWagner, Geddel e Souto. E o nosso, que defende a inversão dessa lógica.No lugar de defender as grandes empresas, nós vamos defender os trabalhadores.

Entrevista de Prof. Carlos ao Portal "Teia de Notícias"


Por Nádia Conceição

O candidato mais jovem na disputa do cargo de governador do Estado da Bahia é Carlos José Bispo do Nascimento, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) . Com 33 anos, é soteropolitano e nasceu no dia 19 de março de 1977. Está solteiro e é formado em pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
De forma tímida - já que tinha que estudar e trabalhar na época - iniciou, em 2006, sua trajetória política dentro do espaço da universidade participando de pequenos movimentos grevista da universidade. Mais a frente, participou ativamente de um coletivo, que inicialmente era dos estudantes dos cursos de saúde da Uneb, no qual discutia e fazia intervenções quanto o papel da educação dentro da universidade. A partir daí, não parou mais e começou a conhecer e lutar pela educação.
No coletivo, participou de mobilizações, intervenções, greves. Apoiou movimentos na universidade, assumiu a direção dentro da executiva, que foi a executiva baiana de pedagogia e da nacional. Atualmente, atua como professor da rede municipal de ensino da cidade de Camaçari (a 45 km de Salvador). O jovem, que torce pelo Esporte Clube Bahia e se emociona quando lembra do seu filme preferido na infância, "Os Saltimbancos Trapalhões", defende o projeto de mudança radical proposto pelo PSTU, principalmente nas áreas de educação e saúde. Ele reclama da discriminação que sofre da imprensa, diz que vai aumentar o salário mínimo e revogar o Reda, caso seja eleito. Confira: 

Teia de Notícias: Quem é Carlos Nascimento?
Carlos Nascimento: Eu sou um professor, uma pessoa alegre, divertida e que gosta de viver. Tenho uma preocupação social muito grande e gostaria, de fato, que os trabalhadores e trabalhadoras tivessem uma vida melhor, mais digna, já que trabalham tanto, produzem tantas riquezas para esse país, para esse Estado, e acabam não usufruindo nada delas. Só trabalham e são explorados, vivem em condições muito ruins, indignas, muitas vezes.

TN: Qual a sua visão do tratamento que a mídia dá aos candidatos aqui na Bahia?
CN: É discriminatória. A mídia não privilegia os partidos menores, e temos visto isso nessas campanhas. É claramente um verdadeiro boicote a algumas candidaturas, que eles atribuem como pequenas. Tanto a minha quanto a do candidato Sandro Santa Barbara (PSC). Praticamente não aparecemos na mídia, as pessoas falam, se queixam que não é mostrada a minha agenda nas agendas dos candidatos dos grandes jornais, mesmo a minha assessoria enviando-a todos os dias para a imprensa, mas não é divulgada, em virtude de ser uma candidatura pequena, de um partido pequeno. Mas não é só isso. É porque somos um partido que questiona essa ordem que é posta hoje, a de manutenção dos interesses dos grandes empresários, a manutenção da exploração e da alienação. Então, em virtude disso, somos um partido bastante atacado e uma forma de ataque é colocar de escanteio mesmo.

TN: Estratégias para driblar o “boicote”?
CN: Estamos fazendo as denúncias, nos poucos espaços que nós temos, como este aqui, do Teia de Notícias. Enfatizamos que não se trata de uma mania de perseguição. É, de fato, um boicote e outra forma de burlar esse movimento é continuar divulgando nossa campanha e propostas onde estivermos. Continuamos a conversar, a discutir com os trabalhadores e trabalhadoras, a nos reunirmos nos espaços que temos receptividade.
Sabemos da importância da mídia hoje em dia, pois hoje ela realmente age como formadora de opinião, mas nem por isso pararemos a nossa candidatura e nossa campanha em virtude de não termos espaços e, consequentemente, uma visibilidade, que deveria ser de todos os candidatos, não só a minha. Quando falo da questão de o espaço não ser democrático a todos, não estou falando apenas do PSTU, mas por todos os partidos que estão sofrendo esse tipo de boicote, de não aparecer, de não serem chamados para os debates, de não ter mandados parlamentares. O que acontece com isso é a negação do direito dos trabalhadores e das trabalhadoras de conhecerem todos os candidatos.

TN: Por que você se acha preparado para governar a Bahia?


CN: Para mim, não seria um governo só do Carlos Nascimento, mas um governo com perspectivas do trabalhador do Estado. Seria um governo de participação popular dos trabalhadores e do movimento negro na direção desse Estado e, consequentemente, no repasse das riquezas, das benesses que esse Estado proporciona.

TN: Quais suas principais propostas?
CN: Temos como eixo central da campanha a questão racial e da educação. Então, para nós, é crucial modificar a estrutura da Polícia hoje, pois ela serve para o extermínio da juventude negra nas periferias. Temos que mudá-la, tornar a polícia unificada e democratizada, e sob o controle dos trabalhadores. É um absurdo que a policia só sirva para reprimir e para matar a juventude negra. Então, essa é uma estrutura racista, essa seria uma de nossas propostas.
A solução dos problemas da educação, saúde e infraestrutura está em atacar aqueles que são beneficiados por eles. Aí, temos que pensar no fim das isenções dadas a essas grandes empresas e o não pagamento da dívida pública. A partir dessas duas medidas, estaremos contendo investimento, dinheiro para investir nos setores como educação, saúde e, consequentemente, proporcionar salários dignos ao trabalhador, ao professor, dá condição para que eles possam desenvolver um bom trabalho.
A questão da saúde seria resolvida com a realização de concursos públicos. Enfim, acabando com as isenções e concessões dos hospitais privados, pois é um absurdo que o Sistema Único de Saúde (SUS) funcione em um hospital privado, que o Estado pague a um hospital privado para atender gratuitamente, mas esse atendimento é visivelmente deficitário. O melhor seria investirmos em hospitais públicos e em sua ampliação, o que culminaria em um atendimento de qualidade aos trabalhadores do Estado.
TN: Qual seria sua primeira medida, se eleito governador, em outubro?
CN: Seria chamar os movimentos sociais para discutir quais as necessidades e as carências de todos os setores que temos hoje. A parceria do nosso governo seria apenas com os movimentos sociais de lutas e os trabalhadores e trabalhadoras do Estado. Apenas aceitaríamos alianças partidárias com partidos que estivessem de acordo com os nossos programas, consequentemente, os de esquerda.

Professor Carlos Nascimento, candidato a governador da Bahia pelo PSTU


TN: Você acredita que seria possível aumentar o salário mínimo no governo do PSTU?

CN: Essa é uma bandeira nossa. É possível sim, se pararmos de dar isenções fiscais e concessões. Para se ter uma ideia, a Ford, quando foi instalada na Bahia, não pagava impostos, teve suas tarifas reduzidas, juros menores, que a maioria dos trabalhadores pagavam. Até a terra planagem para instalação da empresa foi feita com o dinheiro do Estado, dinheiro dos trabalhadores, pois o dinheiro do Estado é o recolhimento dos impostos dos trabalhadores. Assim que terminarmos de modificar essa lógica, teríamos dinheiro, recursos suficientes para investir nesses setores e aumentar o número de empregos e também melhorar os salários. Defendemos também a redução da jornada de trabalho, pois com um salário digno o trabalhador precisa também ter um tempo para o ócio, descansar, se divertir, ter acesso à cultura, à arte e para viajar nos fins de semana. Hoje, o trabalhador trabalha de segunda a domingo.

TN: Como pedagogo, quais suas principais alterações na educação?
CN: Temos que pensar o que é priorizado hoje em dia. Não vemos os interesses da educação pública como prioridades. Com isso, não se tem também a priorização dos recursos para a área da educação, que implica a valorização do profissional, com melhores condições de trabalho. Para nós, do PSTU, a valorização do trabalho está relacionada com a melhoria das condições de trabalho para os profissionais de educação de todos os níveis, não uma melhoria de salários apenas para professores, mas também para o secretário, o vigilante, a cozinheira, o pessoal da limpeza. Pensar esse processo é pensar em acabar com as isenções, em concessões de escolas e universidades privadas, é discutir o ProUni, pois é dinheiro do Estado que vai para as universidades disponibilizarem vagas remanescentes e não a criação de novas vagas para estes estudantes, o que deveria ser feito. Se hoje se tem condições de dar recursos para universidades particulares, também temos condições de pegar esses recurso e investir nas universidades públicas. Aí, teríamos a ampliação de vagas, a melhoria nas estruturas que estão sucateadas.


TN: Qual o destino dos funcionários do governo aprovados pela modalidade do Reda (Regime Especial de Direito Administrativo)?

CN: Nós faremos a revogação total do Reda. O Estado precisa garantir que os trabalhadores do Reda sejam efetivados, não permitiríamos que eles fossem temporários, com pouco ou quase nenhuma garantia, pois eles não têm estabilidade, sem vários direitos trabalhistas, o que acaba gerando desestímulos para trabalhar podendo sair a qualquer momento. Para nós, o tempo do Reda seria muito curto. Garantiremos que todos esses trabalhadores sejam efetivos e não temporários.

TN: Uma mensagem ao eleitor?
CN: Trabalhadores e trabalhadoras da Bahia: nessa eleição, há diversos candidatos, mas apenas dois projetos: um que garante a manutenção da burguesia, do grande empresariado, que por sinal financiam essas candidaturas. O outro projeto é o do PSTU, que defende incondicionalmente os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras, negros e negras, um programa socialista e nacionalista, para que eles possam usufruir das riquezas do país. Essa é uma alternativa nacional. Portanto, para avançarmos no âmbito estadual é preciso avançar também nacionalmente, objetivando uma nação socialista e para todos. E acreditando nisso defendemos o programa de Zé Maria para presidente da República.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Comunicado do Diretório Nacional do PSTU à população baiana


Devido à grande desinformação sobre a situação das candidaturas do PSTU na Bahia, viemos esclarecer que:


1. As candidaturas do PSTU, segundo a legislação eleitoral, estão válidas e concorrendo normalmente nestas eleições, tendo as mesmas prerrogativas legais de qualquer outra candidatura, tal como espaço no horário eleitoral e inclusão do nome nas urnas eletrônicas.

2. Esta situação só poderá ser alterada até que o caso das candidaturas do PSTU seja analisado em plenário por um tribunal de terceira instância, o que não é o caso até o momento, uma vez que o nosso recurso sequer foi analisado em plenário pelo TSE.

3. Apesar das candidaturas do PSTU na Bahia estarem concorrendo normalmente, serem completamente legítimas e não terem nenhum problema na justiça, elas correm o risco de serem impedidas de participar do processo eleitoral por um motivo banal e burocrático (ausência de um documento secundário que foi entregue um dia após o prazo estipulado pelo TRE-BA, prazo este que terminava em um domingo).

4. O TRE-BA, que foi extremamente rigoroso com as candidaturas socialistas, não teve o mesmo comportamento diante dos partidos influentes no poder público, ao aceitar candidaturas de políticos comprovadamente ficha-suja, como é o caso da liberação das candidaturas de Antônio Calmon, ex-prefeito de São Francisco do Conde, Raimundo Caires Rocha, ex-prefeito de Paulo Afonso (ambos da coligação de Geddel, do PMDB), e o deputado federal Uldurico Pinto, ex-secretário de Saúde de Porto Seguro (da coligação de Wagner, do PT). Os dois primeiros tiveram suas contas reprovadas e o último responde a processo por crime contra a administração pública.

5. Tal atitude, de extremo rigor com candidaturas socialistas e liberalidade com candidatos ficha-suja tradicionais, também se repetiu em outros tribunais regionais, fazendo com que políticos investigados em vários casos de corrupção, como Sarney, Roriz, Collor e Malluf, estejam à solta e disputando eleições normalmente, enquanto que o Prof. Carlos, trabalhador, negro, socialista e sem nenhum problema na justiça, pode ser impedido de participar destas eleições.

6. A liberação de candidaturas comprovadamente ficha-suja e a negação de várias candidaturas socialistas ficha-limpa por parte de diversos tribunais regionais faz com que possamos concluir que existem duas eleições ocorrendo ao mesmo tempo no país. Uma delas é a que será decidida em 03 de Outubro, anti-democrática pelo fato de que as candidaturas de esquerda são simplesmente boicotadas pela imprensa, pelo peso do financiamento das grandes empresas, pelo tratamento desigual na distribuição do tempo de TV no horário eleitoral e um longo etc.

7. Além desta eleição, uma outra ocorre em paralelo, mas que não será decidida nas urnas por milhões de eleitores, mas nos tribunais por juízes que nunca foram escolhidos pelo voto popular nem sequer precisam prestar satisfação à população pelo trabalho que realizam. Esta “segunda eleição” mostra realmente o que é a democracia burguesa no país: uma farsa.

8. Se a justiça brasileira é absurda, a justiça baiana tem precedente. A justiça da Bahia sempre foi conhecida nacionalmente pelo seu comprometimento histórico com as oligarquias do estado e agora, mesmo após 04 anos do governo Wagner, diferente do que diz a sua campanha eleitoral, nada mudou.

9. Este quadro só reforça o papel que presta a justiça burguesa no país, de suporte dos interesses das grandes empresas e de manutenção de uma ordem social desigual; mas também demonstra claramente que as reais transformações que este país precisa apenas será por obra dos próprios trabalhadores, mediante ação direta na luta pelo socialismo.

10. Pela segunda vez tentam tirar o PSTU das eleições na Bahia, e pela segunda vez continuaremos na disputa.



São Paulo, 19 de agosto de 2010.


Diretório Nacional do PSTU

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Assista o programa eleitoral do Prof. Carlos

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

DigAÍ, candidato: Entrevista do Prof. Carlos para o "nublog"

Fã do socialismo soviético – para ele, bem sucedido até a morte de Lênin –, o candidato lembra, de um período de “grandes avanços econômicos, tecnológicos, científicos, na área das artes etc”, como se, com seus jovens 33 anos, tivesse vivido aquele período. “A História conta”, garante. O professor Carlos fala em “extermínio da juventude negra” e diz que a repressão policial aos jovens da periferia tem sido pior no governo Jaques Wagner (PT), “por incrível que pareça”. Para ele, não há o que se considere “louvável” na gestão petista, já que não houve ganhos do ponto de vista dos trabalhadores. Sem o menor receio de se considerar o mais radical dos candidatos, critica até outros nanicos socialistas, dizendo que eles defendem programas de governo de cunho “democrático-popular”.

Ao ser questionado pela reportagem do nublog sobre seus livros de cabeceira, a resposta já diz um bocado sobre as ideias que ele defende: “Agora, quero me debruçar sobre os clássicos de Trotsky ‘A Revolução Permanente’ e ‘A Revolução Traída’”. Formado em Pedagogia e ex-militante do movimento estudantil da Uneb, o professor Carlos Nascimento trabalha como educador na rede municipal de Camaçari e concorre, no pleito de 2010, ao governo do Estado pelo PSTU. Favorável à legalização das drogas e do aborto, apresenta sua candidatura como uma alternativa, “negra e socialista”.

FiChA tÉcNiCa

Nome: Professor Carlos Nascimento
Partido: PSTU
Idade: 33
Profissão: professor da Rede Municipal de Camaçari
Estado civil: solteiro
Naturalidade: Salvador
Escolaridade/ Formação acadêmica: graduado em Pedagogia
Mandatos e cargos no Executivo, Legislativo e Judiciário: nunca exerceu
Filhos: não
Animais de estimação: não
Prato preferido: feijão de leite
Música que ouve: “Sou eclético, mas ouço muito os mais antigos como Bule Bule, Armandinho e toda a família dele... Simone, Maria Bethânia”
Religião: Não. Acredito em Deus, no máximo... em uma força superior.
Signo: peixes
Hobby: ler. Entre os livros de cabeceira, “Revolução permanente” e “Revolução traída”, ambos de Leon Trotsky.

PoLeMiZaNdO!

Legalização do aborto
Sou a favor. A mulher que vai gerar tem o direito de escolher se vai ou não trazer alguém ao mundo. Ela é quem deve escolher se vai assumir as responsabilidades, os encargos, necessidades, os transtornos que uma gravidez deve trazer. A discussão do aborto deve ser vista como uma questão de saúde pública. Milhares de mulheres acabam morrendo por recorrerem a abortos ilegais que acabam sendo mal-feitos. A maioria dessas mulheres é pobre e negra.

Pesquisa com células-tronco
Concordo. Todo o avanço que vier para resolver os problemas da humanidade são bem-vindos. O câncer é um problema da humanidade. As pesquisas com celulas-tronco são validas, têm que ser incentivadas.

Casamento gay
Sou totalmente favorável. Já deveria ter sido legalizado. Além de ser a favor do casamento, defendo que os direitos civis dos “héteros” sejam iguais aos dos gays. É contraditória a posição de defender os direitos civis e ser contra o casamento, já que os direitos religiosos também integram os direitos civis.

Legalização de drogas
Somos favoráveis à legalização, porque acreditamos que proibir as drogas favorece o tráfico.

Reforma do Código Florestal
A Reforma que está tramitando no Congresso Nacional demonstra, mais uma vez, o predomínio dos interesses do grande empresariado, as grandes madeireiras. Há um retrocesso em relação à preocupação ambiental.

Aumento 7,7% aposentados
Sou favorável. Defendemos também o fim do fator previdenciário, que foi vetado pelo presidente Lula. Com o fator, implementado durante o governo FHC, demora-se mais para se aposentar. O trabalhador brasileiro já fica a vida inteira se dedicando ao trabalho e só se aposenta perto de entrar no cemitério. Somos contra isso. Não seria tão caro para a Previdência derrubar o fator, se levarmos em consideração a dinheirama que a União repassa aos banqueiros – muito mais que os R$ 6 milhões que significariam o fim do fator. O governo Lula é direcionado aos setores mais privilegiados da sociedade, embora consiga sustentar, ante o trabalhador, a imagem de um novo governo, que não deu continuidade aos anteriores. Para o trabalhador, este é o governo “do Lula”.

Redução da jornada de trabalho
Somos favoráveis à redução da jornada sem redução salarial. Essa medida permitiria o aumento do número de empregos e melhoria nas condições de vida dos trabalhadores. Isso porque aliviaria a carga de trabalho e de esforço a que os trabalhadores são submetidos hoje. Com o processo da crise de 2009, muitos trabalhadores foram demitidos, mas não houve recontratação. O que se vê é um trabalhador fazendo o papel de três, quatro.

Financiamento público de campanha
Se esse financiamento fosse igual para todo mundo, para mim não seria problema. Afinal, hoje, o financiamento é determinante na campanha. As candidaturas majoritárias mais fortes são as financiadas por grandes empresas e grandes indústrias privadas. Uma vez eleitos, não vão governar para os trabalhadores, mas sim para as grandes empresas, como tem sido. Defendemos a inversão dessa lógica de reduzir, por exemplo, os impostos para as grandes empresas. Quem deve pagar menos imposto é o trabalhador. Nós defendemos que as grandes empresas, sim, devem ser sobretaxadas.

CoNhEcEnDo O cAnDiDaTo

Como você resumiria sua candidatura em poucas palavras?
Esta é uma candidatura alternativa, negra e socialista que procura inverter a lógica do que está estabelecido. Quem lucra, quem tem muito apoio e muitas concessões do Estado, quem mama todas as benesses proporcionadas pelo Estado não continuaria lucrando no nosso governo. A nossa ideia é inverter isso e beneficiar os trabalhadores.

Por que o eleitor deveria votar em você e não nos outros candidatos (qual o seu diferencial)?
Porque a gente defende uma outra forma de governar, em que os trabalhadores sejam a prioridade. No nosso governo, as riquezas produzidas pelo Estado seriam repassadas, de fato, para os trabalhadores, teríamos melhorias na Educação, na Saúde, maior acesso à cultura – principalmente aos bairros de periferia, onde assistimos ao extermínio da juventude negra. A juventude negra tem sido exterminada pelo governo Wagner, e isso já é uma prática dos governos anteriores.

No caso dos outros candidatos de esquerda, como Marcos Mendes (PSOL) e Sandro Santa Bárbara (PCB), nós os reconhecemos, mas acreditamos que há um limite na radicalização por parte do programa deles. Só nós estamos dizendo que vamos desmilitarizar a Polícia e ter a Polícia controlada pelos trabalhadores. Só nós estamos dizendo que as riquezas do Estado seriam direcionadas aos trabalhadores. A nossa candidatura tem como princípio o socialismo. Nenhum dos outros candidatos diz isso. O PSOL e o PCB defendem programas de cunho democrático-popular, com algumas reformas no capitalismo.

Em qual candidato você não votaria sob nenhuma hipótese? Por quê?
Não votaria, sob nenhuma hipótese, em Jaques Wagner (PT), em Paulo Souto (DEM) ou em Geddel Vieira Lima (PMDB). Embora estes candidatos tenham trajetórias políticas diferentes (especialmente Wagner), entendo que representam um mesmo projeto – o de defender os grandes empresários e atacar os trabalhadores. Não tem como defender os interesses dessas duas classes ao mesmo tempo.

Além de propostas gerais, como melhorar a saúde, a educação e a segurança pública, o que o seu programa tem de realmente inovador?
Entre as propostas, ressaltamos a de “desmilitarizar” a polícia, entregando o controle dessa polícia aos trabalhadores. Criaríamos conselhos de bairros que fiscalizariam a atuação da classe policial. Mas como disse antes, o que há de mais inovador é a inversão da lógica. A riqueza produzida pelo Estado seria repassada para os trabalhadores, não para as grandes empresas. Veja o exemplo da Ford: uma fábrica que, ao vir para a Bahia, teve uma série de concessões. É uma das empresas que mais lucram no país, mas seus trabalhadores têm um dos salários mais baixos. No nosso governo, a tendência seria estimular muito mais as empresas estatais, que têm interesse em investir aqui. Defendemos, em âmbito nacional, a reestatização total da Petrobras, da Vale do Rio Doce, da Embraer etc. Para reestatizá-las, os contratos hoje existentes seriam cancelados.

Quais as três primeiras providências que você tomaria ao assumir o poder?
1) Discutir com os trabalhadores dos principais setores (saúde, educação, cultura etc) o que deveria ser feito para melhorar esses setores.

2) Fazer uma auditoria pública em todas as empresas privadas, para verificar contratos, concessões, licitações, funcionamento...

3) A partir daí, modificaríamos toda a estrutura dessas empresas, tirando-lhe os privilégios e sobretaxando-as. Modificaríamos as regras, impedindo, por exemplo, que empresas que têm lucro demitam trabalhadores.

O que é inadmissível na Bahia, hoje?
Duas coisas principais que considero inadmissíveis são: a continuidade do extermínio da juventude negra nas periferias e a morte de trabalhadores por não terem atendimento à saúde. Mas, de maneira geral, o governo Wagner foi um desastre. Não houve nenhuma melhoria em nenhum setor. Se você for falar com os trabalhadores da Saúde, eles vão dizer que essa é uma das piores gestões na área. Na Educação, a mesma coisa: o governo Wagner não tem respeitado o direito dos trabalhadores (vide questão do pagamento do URV). Por incrível que pareça, acredito que o extermínio da juventude negra nas periferias de Salvador tem piorado nesse governo, que reprime e criminaliza os movimentos sociais como os anteriores (vide greve dos professores da rede estadual em 2007).

O que é louvável na Bahia, hoje?
Da perspectiva desse governo, não consigo identificar nada de louvável. Não há nada que está sendo benéfico para os trabalhadores.

A História antiga e recente mostra: o poder corrompe o homem. Concorda? Por quê?
Não acho que essa corrupção seja algo do homem. É possível optar. Há pessoas, como o Zé Maria (candidato à presidência pelo PSTU), que poderiam estar no poder hoje, mas não se corromperam. Não acredito que todas as pessoas que assumem o poder vão se corromper. Para evitar que isso aconteça, é preciso que esse poder seja compartilhado com os trabalhadores.

A Copa de 2014 vem para o Brasil e para a Bahia. O que há de positivo e o que há de negativo nisso?
Sinceramente, não vejo nada de bom do ponto de vista dos trabalhadores. Os custos da Copa devem ser repassados para os trabalhadores, mas dificilmente os benefícios o serão. As melhorias para a cidade (como o transporte público), no fim das contas, podem acabar sendo pensadas apenas para o período da Copa.

Se eu for eleito, vai ser diferente. Não permitiremos um esquema de segurança que penalize os trabalhadores negros e negras das periferias da cidade para beneficiar os burgueses estrangeiros que viessem assistir aos jogos da Copa. Os lucros com a Copa seriam em prol dos trabalhadores.

Ser político é vocação, profissão, está no sangue, ou é coisa que se aprende na escola da vida? Por que o senhor entrou na política?
Ser político não é só exercer cargo público. Todo ser humano é político. Em algum momento, você está exercendo a política – a arte da argumentação, do convencimento, a defesa de idéias etc. Eu, como professor, não tenho como negar que sou político, né?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Seminário Estadual do PSTU acontece nesta sexta!

Nesta sexta-feira, às 19H, no auditório do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da UNEB/Cabula, acontecerá a abertura do Seminário Estadual do PSTU "Um Programa Socialista para a Bahia". O evento, que se estende até o sábado, irá reunir intelectuais, ativistas do movimento social, simpatizantes e apoiadores das candidaturas do PSTU na Bahia. O objetivo é, através do debate nas plenárias e das discussões nos GD´S, elaborar um programa socialista para o Estado.

Em consonância com o Seminário Nacional do PSTU, este encontro pretende apontar as principais tarefas que estão colocadas para a classe trabalhadora baiana e brasileira no próximo período. Estas bandeiras, por sua vez, serão abraçadas por nossas candidaturas em cada atividade de campanha, programa de TV ou aparição na imprensa. Prof. Carlos (16), Albione (160), Danilo Marques (1616) e Índio (16123), os nossos candidatos na Bahia, apresentarão, durante toda a campanha eleitoral, uma alternativa classista e socialista para o Estado, um programa elaborado pelos trabalhadores e para os trabalhadores!

Venha construir junto conosco!

Baixe aqui o caderno de textos do seminário.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uma opinião socialista sobre a cultura


Qualquer análise sobre a situação da cultura deve ser feita no marco da situação do país, vinculada aos demais setores, sobretudo economia e educação. O centro do problema hoje é a privatização da cultura e o seu papel de mercadoria no capitalismo. Os governos e a burguesia fazem da cultura um negócio, que obedece as leis do mercado e serve como instrumento de exploração, através da naturalização da dominação na consciência e nos hábitos dos trabalhadores. Não haverá uma cultura verdadeiramente livre enquanto persistir essa situação. O desenvolvimento científico e artístico não está nos levando para a emancipação do homem porque se encontra vinculado ao modo de produção capitalista. Neste sentido, além do combate à privatização, um programa socialista deve combater a transformação da cultura em instrumento que se volta contra os próprios trabalhadores. A burguesia, que hoje tem em mãos o controle da cultura, da arte e da ciência, deve ser expropriada. E a jornada de trabalho deve ser reduzida, para que toda classe trabalhadora possa usufruir dos bens culturais e desenvolver seus talentos.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Seminário Estadual "Um programa socialista para a Bahia"

Nesta sexta-feira, às 19H, no auditório do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da UNEB/Cabula, acontecerá a abertura do Seminário Estadual do PSTU "Um Programa Socialista para a Bahia". O evento, que se estende até o sábado, irá reunir intelectuais, ativistas do movimento social, simpatizantes e apoiadores das candidaturas do PSTU na Bahia. O objetivo é, através do debate nas plenárias e das discussões nos GD´S, elaborar um programa socialista para o Estado.

Em consonância com o Seminário Nacional do PSTU, este encontro pretende apontar as principais tarefas que estão colocadas para a classe trabalhadora baiana e brasileira no próximo período. Estas bandeiras, por sua vez, serão a braçadas por nossas candidaturas em cada atividade de campanha, programa de TV ou aparição na imprensa. Prof. Carlos (16), Albione (160), Danilo Marques (1616) e Índio (16123), os nossos candidatos na Bahia, apresentarão, durante toda a campanha eleitoral, uma alternativa classista e socialista para o Estado, um programa elaborado pelos trabalhadores e para os trabalhadores!

Venha construir junto conosco!



Nos próximos dias 13 e 14 de agosto, na UNEB - campus I (auditório DCV), vamos reunir intelectuais e lutadores dos movimentos sociais para nos ajudar na elaboração de nossa campanha eleitoral para presidente e governador, senador e deputados. Além da candidatura do companheiro metalúrgico Zé Maria de Almeida e da companheira professora Cláudia Durans à presidência, apresentamos nossos candidatos estaduais, todos lutadores do campo da educação e do setor operário: para governo do Estado o Prof Carlos e Prof Daniel Romero (vice), para senador Prof Albione, para deputado federal o estudante Danilo Marques e para Deputado Estadual o metalúrgico Índio. Prof Carlos trabalha em escolas muncipais de Camaçari, possui história de militância no movimento estudantil e hoje encampa lutas na categoria de professores. Albione é professor da rede estadual de Ipiaú e constrói a oposição APLB-CONLUTAS. Danilo é estudante da UFBA, militante do movimento estudantil e constrói a ANEL. Índio é nosso camarada operário, metalúgico da Ford de Camaçari e constrói o MOM-CONLUTAS.

Nosso seminário consistirá em mesas de discussão e grupos que irão ajudar a construir o programa socialista para a Bahia.


Contamos com a sua colaboração para a construção dessa alternativa para o nosso Estado.


Prof. Carlos está em 4° lugar nas pesquisas, segundo IBOPE

por Raíza Rocha
Segundo pesquisa realizada pelo IBOPE, entre os dias 3 a 5 de agosto, o candidato do PSTU ao governo da Bahia está em 4° lugar, atrás apenas de Wagner, Paulo Souto e Geddel. Carlos mantém a quarta posição, pontuando 1%, desde a última pesquisa realizada no mês anterior, a frente dos candidatos do PSOL, do PCB e do PV, que não pontuaram.

Na avaliação da coordenação de campanha, a notícia é muito boa. Esta posição nas pesquisas representa a identificação de parte da população com o programa que o PSTU apresenta para os trabalhadores baianos nestas eleições e com a trajetória de luta do nosso candidato.

À primeira vista, a pontuação pode parecer pequena, mas foi conquistada pelo esforço de cada militante, ativista e movimento social que abraçou essa campanha, sem a ajuda de empresários e mesmo com o boicote da imprensa. Neste sentido, financiada pelos trabalhadores, divulgada pelas redes sociais da internet e pelos militantes, ocupamos orgulhosamente o 4° lugar nas pesquisas e continuamos a nossa companha para conquistar o apoio de mais trabalhadores.


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Twittaço exige Zé Maria nos debates!


Hoje, a partir das 15H, aconteceu o "Twittaço" (#zemarianodebate) em defesa do Zé Maria nos debates de TV!

Ativistas, militantes de outros partidos e apoiadores da campanha do Zé contribuíram para desmascarar a democracia dos ricos! Com muitas twittadas, mostramos que não aguentamos mais, de dois em dois anos, ver os mesmos partidos com programas iguais encenarem nos debates de TV! A juventude e os trabalhadores falaram pela rede que querem ver um programa dos trabalhadores aparecer na telinha!

A campanha virtual começou no início da semana e ocupou os twitters, orkuts e blogs para exigir a participação do nosso candidato à presidência da república nos debates organizados pelas emissoras de TV. “As emissoras estão se valendo de uma lei que as obriga a convocar apenas os candidatos à Presidência cujos partidos tenham representação parlamentar. Com isso, apenas quatro vão ao debate. Apesar do discurso pretensamente democrático, acabam impedindo que a população conheça todos os candidatos”, disse Zé Maria.

Em todas as nossas atvidades de campannha, nas caminhadas pelos bairros, nas panfletagens em frente às fábricas, nas conversas com a população, denunciamos o caráter antidemocrático dessas eleições, que obriga os brasileiros a conhecer apenas um programa - o da burguesia e seus aliados.

Neste sentido, esta campanha simboliza o nosso programa: queremos que os trabalhadores decidam sobre o rumo do país, e não mais as empresas que financiam as campanhas dos outros candidatos, como por exemplo, as empresas de telecomunicação.

Candidatos do PSTU fazem campanha na Feira de Camaçari

por Raíza Rocha
No último sábado, 31 de julho, os candidatos do PSTU estiveram na Feira de Camaçari para apresentar uma alternativa classista e socialista aos trabalhadores da cidade. Nas conversas com os trabalhadores, o candidato a deputado estadual, popularmente conhecido em Camaçari como Índio, esteve lado a lado com Carlos Nascimento, candidato a governador e professor do município, e Danilo Marques, candidato a deputado federal. Militantes e apoiadores acompanharam os candidatos durante toda a caminhada, balançando as bandeiras do partido e distribuindo os panfletos das candidaturas!

Para Prof. Carlos (16), a atividade foi extremamente positiva porque demonstrou a identificação e o apoio dos trabalhadores às candicaturas socialistas do PSTU. "Na feira, apresentamos o nosso programa classista e convocamos a população à construir uma alternativa dos trabalhadores para o Brasil, com a candidatura do Zé Maria, e para a Bahia", comentou o candidato do PSTU ao governo do Estado.


veja aqui a galeria de fotos.

Festa de apoio à candidatura de Danilo Marques à Dep. Federal

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

PSTU-BA na TV!


Zé Maria nos debates!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Militantes e ativistas iniciam campanha para Zé Maria participar dos debates

A Band faz o primeiro debate entre os presidenciáveis na próxima quinta-feira e convocou apenas quatro candidatos. Você concorda com isso? Twitter, Orkut, blogs, e-mail: se você é a favor da democracia na campanha eleitoral e acha que todos têm o direito de conhecer todos os candidatos, participe. No twitter, escreva #zemarianodebate. Comente nas notícias sobre a campanha eleitoral, envie mensagens à emissora cobrando o convite ao Zé Maria! Vamos utilizar a rede para furar o bloqueio da mídia!

Clique aqui para pedir que a Band chame o Zé

Todos conhecem o caráter antidemocrático das eleições e da campanha eleitoral. Enquanto os grandes partidos, que representam a manutenção do status quo, contam com a maior parte do tempo da propaganda eleitoral do rádio e TV, os pequenos partidos, sobretudo de esquerda, dividem míseros segundos de exposição.

Isso ocorre porque todo o sistema eleitoral no país é estruturado para garantir a dominação dos mesmos partidos e da mesma política, com o mínimo de mudança possível. Um sistema que garante ao PT e PSDB não só milhões de bancos e empresas, mas também a quase totalidade do tempo de TV.

Os debates entre os candidatos promovidos pelas emissoras de TV, e agora também pelos portais de notícias na Internet, poderiam ser um importante canal de discussão política, onde todos os partidos pudessem expor suas opiniões de forma democrática, sem marqueteiros, efeitos especiais e campanhas milionárias. No entanto, nem mesmo esse espaço é aberto a quem resolve contestar a atual política, o regime e até o sistema capitalista.

Debate incompleto
Nessas eleições, as emissoras estão se valendo de uma lei que as obriga a convocar apenas os candidatos à presidência cujos partidos tenham representação parlamentar. A utilização dessa lei restringe os debatedores a apenas quatro. Tentam, assim, com um discurso pretensamente democrático, impedir o debate político e a contestação e, sobretudo, impedir que a população conheça os candidatos que fogem da polarização entre PT e PSDB.

Por isso militantes, ativistas e apoiadores da campanha “Zé Maria Presidente”, além de pessoas que simplesmente defendem a democracia na campanha eleitoral, estão iniciando uma campanha na Internet exigindo que as emissoras chamem Zé Maria para participar dos debates eleitorais.



O que devo fazer?
Twitter, Orkut, blogs, e-mail. Vale tudo para divulgar a campanha. Se você é a favor da democracia e acha que todos têm o direito de conhecer todos os candidatos e suas propostas, participe. No twitter, escreva #zemarianodebate. Comente nas notícias sobre a campanha eleitoral nos portais de noticia. Envie mensagens aos portais e emissoras cobrando o convite ao Zé Maria! Vamos utilizar a rede para furar o bloqueio da mídia e divulgar as propostas de uma campanha socialista!

Salve a imagem >> Espalhe por aí >> Coloque no seu Orkut, Facebook, Twitter >> Envie por e-mail

domingo, 1 de agosto de 2010

Nota do PSTU sobre a situação das candidaturas na Bahia

Tem sido veiculadas pela imprensa nessa semana a notícia de que as candidaturas do PSTU no estado da Bahia teriam sido indeferidas pelo TRE. Diante disso o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado vem através deste informar:

1 - O PSTU não recebeu nenhuma notificação atestando o indeferimento das candidaturas no estado da Bahia.
2 - O departamento jurídico nacional e estadual do PSTU já estão encarregados da investigação e resolução do assunto, de modo a garantir a participação nestas eleições.

Atenciosamente,

Diretório Municipal do PSTU