ACM Neto: o que as pesquisas não dizem, a realidade nos conta

No “reino” do prefeito “Netinho” Salvador é vendida como a cidade do turismo, como diz o ditado popular, pra “inglês vêr”

Governador Rui Costa (PT): caviar para a classe média e os turistas, lata de sardinha para os trabalhadores

O governador do PT declara que é preciso criar linhas especiais para atender um setor da classe média que não se sente atraída pelo transporte coletivo de Salvador.

domingo, 28 de outubro de 2012

Vitória de ACM Neto: Os trabalhadores não tem o que comemorar


                Neste domingo, o candidato do DEM, ACM Neto, ganhou as eleições de Salvador. Essa é uma importante derrota dos trabalhadores de Salvador.  Voltou à prefeitura de nossa cidade o que há de pior na política baiana. Mais uma vez os trabalhadores vão se enfrentar com um governo truculento, autoritário, aliado das grandes empresas e das máfias da cidade.
                Infelizmente, a vitória do DEM, foi construída pelo PT. Foi a experiência com o PT de Wagner que fez com que os trabalhadores votassem em ACM Neto. O PT abandonou os seus princípios, entrou na lógica do “vale tudo” eleitoral, se aliou com setores da direita (Otto Alencar, César Borges), passou a receber dinheiro de empresas (OAS, ODEBRECHT) e atacar os trabalhadores em luta.
                As experiências de luta desse ano mostraram a forma do PT de governar. Criminalizou a greve da PM e colocou o exército nas ruas para reprimir e ameaçar os policiais militares em greve. Cortou o ponto dos professores em greve, além de adotar medidas desumanas como o corte do PLANSERV, do CREDICESTA e a demissão de mais de 150 grevistas. Em todas essas ações, o PC do B de Olívia deu apoio irrestrito ao PT, mostrando de que lado eles estavam.
                Mesmo sabendo quem é o Carlismo e qual projeto ACM Neto representa, uma parte importante dos trabalhadores de Salvador votaram no Carlismo para se “vingar” das traições do PT. A vitória eleitoral do DEM (que está definhando no resto do país) foi fruto de uma experiência desastrosa com o PT de Wagner. Agora, os lutadores de Salvador precisam se reorganizar. Lutar contra a prefeitura de ACM Neto não será uma tarefa fácil. É hora dos trabalhadores erguerem as cabeças e avançar na luta contra a velha direita que ganhou a prefeitura. Uma tarefa imediata dos trabalhadores é derrotar o aumento do salário dos vereadores e prefeito!
A experiência com os governos da direita já ensinou aos trabalhadores que eles são inimigos de classe, e que nós ficaremos do outro lado da trincheira, resistindo aos ataques que virão. A experiência com o PT de Wagner nos mostrou que a aliança com setores da direita, que o financiamento de campanha com dinheiro das empresas, que o “vale tudo” eleitoral e que a truculência no trato com os trabalhadores em luta não é o caminho que queremos seguir.
É hora de avançar na organização dos trabalhadores, de forma independente, para construir uma alternativa de luta, classista e socialista.
As eleições estão acabando e a maioria dos políticos irá sumir, retornando apenas daqui a dois anos para mais uma vez pedir seu voto. Nós do PSTU estaremos onde sempre estivemos: Nas lutas e mobilizações dos trabalhadores! Convidamos todos os ativistas honestos que querem derrotar a direita e que se decepcionaram com os rumos do PT e do PC do B para juntos construirmos um verdadeiro processo de resistência na nossa cidade.
Vamos derrotar ACM Neto nas ruas!
Salvador, 28 de Outubro de 2012.
Direção Municipal do PSTU Salvador.

sábado, 27 de outubro de 2012

LIÇÕES DA LUTA CONTRA A EBSERH


LIÇÕES DA LUTA CONTRA A EBSERH

Juventude do PSTU, Salvador-BA.

            Estamos vivendo um processo de luta muito revelador no país e na nossa universidade federal da Bahia: a luta contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A EBSERH é uma Empresa Pública de direito Privado criada por uma medida provisória da presidenta Dilma para gerir os Hospitais Universitários. O nefasto processo de precarização e privatização dos nossos HU’s segue a mesma lógica dos políticos da velha direita, que começaram a implementar o projeto neoliberal no país (Collor, FHC): precarizar ao máximo os serviços públicos para justificar a ‘necessidade’ de sua privatização (a realidade já mostrou que a privatização não melhora os serviços, muito pelo contrário); mas inova e aprofunda essa lógica, com as recentes privatizações chamadas de “concessões” do governo Lula e Dilma, entregando nossas riquezas eos Serviços do Estado à burguesia nacional e estrangeira de forma sutil e disfarçada, assim como está sendo feito com os Correios, a Petrobrás, os aeroportos, portos, rodovias etc.
            Nossa luta diária é também de disputa de consciência, de combate à lógica neoliberal, ou seja, é ideológica. No atual contexto histórico soma-se à necessidade desmentir a falácia de que a privatização é a saída para tornar os serviços mais eficientes e modernos outra tarefa ainda mais difícil: demonstrar como o projeto neoliberal segue sendo implementado no país, com novas denominações e mascaras. À medida que o atual governo privatiza de forma disfarçada e fragmentada, como ao criar a EBSERH como uma empresa ‘pública’ de direito privado, enfraquece a resistência a tais projetos no próprio movimento dos lutadores.
            Em que pese toda a dificuldade de organizar a luta contra a implementação de políticas que estão a serviço das elites e da burguesia, por estas estarem sendo implementadas por um governo que o povo e alguns lutadores identificam como seu, as experiências das próprias lutas que inevitavelmente vão se erguendo são importantíssimas para impulsionar essa conscientização.
1.     A DISPUTA INSTITUCIONAL E A LUTA DIRETA
Tem sido lembrado a infeliz coincidência de data deste o CONSUNI com o que aprovou o REUNI na UFBA (19 de outubro de 2007, quase exatamente depois de 5 anos). Mas a coincidência não é só na data, esse Conselho repetiu a mesma forma truculenta e anti-democrática com que o REUNI foi implementado goela abaixo da comunidade acadêmica na UFBA, bem como nas demais universidades federais do país,  sem fomentar um suficiente debate democrático entre os estudantes, professores e técnicos, e sob a pressão das chantagens quanto ao repasse de recursos. O governo praticamente exigiu, sem apresentar outra alternativa, que as reitorias aprovassem a EBSERH, fez exatamente igual na implementação do REUNI. Também foi idêntica a subserviência da Reitoria, Naomar em 2007, Dora em 2012. O história se repetiu, dessa vez ainda como tragédia.
            A luta travada nas diversas congregações para disputar os votos contra a adesão à empresa é um passo válido e muito importante. Conseguir barrar a EBSERH no CONSUNI não seria suficiente para impedir a adesão ao projeto, mas seria um ponto de apoio para fortalecer a luta e enfraquecer nossos inimigos. Ainda que não tenhamos conseguidos votos suficientes para barrar via CONSUNI, cada voto contra a EBSERH foi importante, pois significou uma vitória na luta contra a privatização.
            Chegando ao CONSUNI, os estudantes ficaram indignados ao assistirem a encenação de democracia da administração central, escondendo o conjunto de condições desfavoráveis que fazem deste conselho um campo onde o que de fato vale são outros interesses, não o dos estudantes e dos trabalhadores. A lição que temos que tirar daí é que a disputa institucional é limitada pelo próprio caráter destas instituições. Ela segue sendo válida e legítima, entretanto quando está voltada para fortalecer a luta direta, a única que garante conquistas e mudanças que não dependerão de nenhum “voto contra”  ou  “golpes burocráticos”.
2.     A INDEPENDÊNCIA E O ENFRENTAMENTO AO GOVERNO.
Infelizmente a votação no CONSUNI foi derrotada não só pela ação dos agentes da direita, alguns dos nossos representantes estudantis faltaram propositalmente à votação. Aqui não queremos fazer uma denúncia para enfraquecer o movimento, nem deixamos de reconhecer de forma justa, mesmo sendo oposição à atual gestão do DCE, a atuação comprometida de alguns dos seus diretores, em especial do Coletivo O ESTOPIM. Mas não podemos deixar de denunciar que os conselheiros do coletivo FLORES DE MAIO, por causa do seu comprometimento com o governo Dilma e todos seus projetos inclusive o da EBSERH, não compareceram a essa votação decisiva e histórica. Não ganharíamos a votação, mais sairíamos muito mais fortalecidos se o movimento estudantil estivesse por completo unido contra essa privatização.
A luta contra a EBSERH precisa seguir, e para isso achamos que está na hora de tirar outra conclusão importantíssima: enfrentar Dora para derrubar a EBSERH na UFBA é imprescindível, mas para derrotar a EBSERH é preciso construir também uma luta unitária para enfrentar Dilma e derrubar esse projeto nacionalmente. Para isso é necessário independência frente a esse governo. Algumas correntes do movimento estudantil consideram um pecado mortal citar Dilma na luta contra a EBSERH, mas perguntamos a esses companheiros quem foi governo que criou essa empresa? Para nossa luta ser vitoriosa ela deve se enfrentar contra o principal agente das atuais privatizações: o governo Dilma. Por isso é tão importante a palavra de ordem: Dilma, abaixo a EBSERH! Por isso é tão necessário articular essa luta nacionalmente numa entidade estudantil independente do governo.
Aqui também cabe uma pergunta aos companheiros, Qual o papel que a UNE cumpriu na luta contra a EBSERH? Houve uma articulação nacional dessa luta através da entidade que deveria fazer isso? Porque a UNE não o fez? Pelo mesmo motivo que os conselheiros do coletivo FLORES DE MAIO não compareceram ao CONSUNI. É justamente por isso que nós achamos que o momento histórico em que vivemos, onde as lutas seguem surgindo de norte a sul do país e precisam ser fortalecidas numa perspectiva maior, nacional, a existência de uma entidade nacional independente do governo que supere a falência da UNE é uma necessidade. Na greve que acabamos de viver o CNGE (Comando Nacional de Greve Estudantil) cumpriu esse papel. A greve acabou e o  foi comando dissolvido, mas as lutas seguem. Por isso que nós, junto com outros companheiros e companheiras, construímos a ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre), como uma alternativa a essa necessidade.
3.     EBSERH, REUNI, PNE: O QUE EXISTE EM COMUM?
A EBSERH não é uma política isolada. Ela se relaciona com um conjunto muito maior de políticas que vem sendo implementadas no último período inserindo cada vez mais a lógica neoliberal na educação. Esse processo, que começou já a muito tempo, deu um salto com as medidas, decretos e projetos dos governos Lula e Dilma, que fatiaram a Reforma Universitária.
Primeiro veio já em 2004, a Lei de Inovação Tecnológica, que permite adequar o conhecimento produzido na universidade às demandas do mercado, combinado com a Lei das Fundações Privadas, abrindo ainda mais espaço para que as fundações de direito privado fossem as financiadoras desses projetos ‘inovadores’. Não é difícil concluir os interesses do setor privado: que este obviamente vai querer lucrar, utiliza-se do espaço e estruturas públicas e determinando a lógica da produção de conhecimento, que deveria estar voltada para as necessidades das pessoas e não para o lucro.
Lula também cria o SINAES (Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior) e o ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), estimulando a competitividade e produtividade também no ensino público. Na sequência cria o REUNI: este, bem conhecido nosso, condiciona o repasse e aumento de verbas ao cumprimento de metas administrativas: conclusão de 90% dos matriculados, redução da proporção, quase pela metade, de professor por aluno, aumentando assim a exploração dos docentes e enfraquecendo a pesquisa e extensão.
Assim como o projeto da EBSERH as medidas neoliberais pra educação vieram muito bem disfarçadas. O REUNI é o maior expoente desse ‘jogo’ dos governos petistas. A expansão das universidades federais é uma reivindicação histórica dos movimentos sociais e da luta dos trabalhadores, o governo pegou essa pauta e promoveu uma expansão que aprofunda a lógica neoliberal no ensino superior no país. Promove uma expansão aquém das necessidades da juventude pobre (que segue fora do ensino superior público) a medida que transforma a maioria das universidade em escolões de entrega e diplomas e consolida a elitização de algumas “universidades de ponta”, aquelas em que o investimento privado mais investe. Ou seja, é uma pequena expansão com uma profunda mudança no caráter do ensino superior. A UNE e diversas correntes do movimento estudantil ajudam o governo ao propagandear a expansão promovida pelo REUNI como a única possível, escondendo seu caráter neoliberal e ajudando a minar a resistência contra esse processo de desmonte da educação pública em nosso país.
E o que tem a ver o REUNI com a EBSERH? A lógica dessas políticas é a mesma. Na medida que o projeto REUNI não garantia um aumento de verbas proporcional à expansão, enfraquecendo os já difíceis e escassos recursos humanos e estruturais da universidade, somado as outras políticas que citamos anteriormente nesse texto, abria ainda mais o caminho para a entrada do capital privado na universidade, num processo sutil de privatização. Na UFBA os institutos mais bem equipados não são aqueles que dependem da verba pública, como os cursos em São Lázaro, mas sim aqueles em que empresas como ODEBRECH já fazem parte do dia-dia, como a Politécnica, usando da universidade para reproduzir sua lógica e seguir melhor explorando e lucrando. A precarização do Hospital Universitário, utilizada para legitimar a adesão à gestão da EBSERH, está profundamente relacionada com essa lógica e conjunto de medidas neoliberais apresentadas como as “saídas” pelo governo federal e implementadas fielmente pelos reitores da nossa universidade. Mas no caso da EBSERH fica muito mais claro que o conteúdo desses tipos de “soluções imediatas para os problemas que vivemos” escondem um processo de privatização.
E esse processo continua: as metas do REUNI, os decretos, leis e medidas, todos estão sendo incorporados no novo Plano Nacional de Educação do governo Dilma. Mais uma vez, na tentativa de esconder seu verdadeiro caráter, o governo alardeia a incorporação dos 10% do PIB ao plano. A UNE, que sentou pra negociar isso em nome dos estudantes em greve, ou seja, boicotando o CNGE (que foi eleito democraticamente nas assembleias de greve em todo o país), ajuda o governo nessa tarefa de confundir os estudantes. Não falam, no entanto, que no PNE o compromisso desses 10% é para 2023, ou seja, daqui dez anos, e também para educação privada, que cresceu como nunca nos últimos governos!

4.     A LUTA SE TORNA CADA VEZ MAIS FORTE
Nós avaliamos que a luta contra a EBSERH tem sido importantíssima, nesse sentido parabenizamos o conjunto dos companheiros(as) que vem se empenhando nela, especialmente o Fórum Acadêmico de Saúde, como principal espaço de articulação das diversas atividades. O fato de não termos conseguido derrotar a EBSERH no CONSUNI não significa que essa luta não é vitoriosa em muitos aspectos. Cada batalha acumula para a luta, que é permanente. Além dos esforços locais, a disputa contra a EBSERH teve a repercussão e força também por conta do acúmulo que trouxe a greve da educação e do funcionalismo público que sacudiu as universidades federais a alguns meses.
Assim como a greve nacionalmente ajudou a desvelar o REUNI e o PNE, a luta contra a EBSERH tem como principal saldo positivo desmascarar esse projeto privatista. Ambos os processos também serviram para demonstrar de que lado está a reitoria e como de fato funcionam os fóruns ‘democráticos’ da universidade. Mostrar novamente a força da unidade do movimentos de luta quando não temos medo de apontar o dedo para a raiz dos problemas, de forma independente.
Essa consciência com certeza serve para que as lutas seguintes tenham mais adesão e mais força. Mas para a luta contra a EBSERH  avançar é preciso incorporarmos a exigência ao governo Dilma, inserindo nossa luta local num processo nacional contra esta Empresa e contra o conjunto das políticas neoliberais que ela se relaciona. A luta contra a EBSERH é a mesma contra o REUNI e agora mais precisamente contra o PNE de Dilma. É a luta contra essa lógica neoliberal que segue sendo imposta a nossos direitos básicos tais como saúde e educação. Nós, juventude do PSTU- BA, queremos construir unidade de ação com todas(os) lutadores dispostos a fazer a luta avançar! E que ela avance em direção a defesa da saúde e educação pública, e avance ainda mais, para construção das lutas diretas por um modelo de sociedade que adote uma outra lógica, que não a do lucro e exploração: a sociedade socialista.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Hilton Coelho vereador, uma vitória da resistência. Um mandato que deverá estar a serviço dos trabalhadores!


Em ano de eleições municipais vende-se a ideia de que é chegada a hora dos trabalhadores, os jovens e a população em geral tomar nas mãos a decisão sobre quem governará sua cidade e tomará decisões que influenciarão diretamente as suas vidas.
Para nós socialistas não existe nada mais falso. As eleições definitivamente se tornaram um terreno onde a burguesia dá as cartas. Partidos comprometidos com a manutenção da ordem recebem milhões em “doações”, verdadeiros investimentos dos grandes empresários. Com esse dinheiro montam campanhas hollywoodianas elaboradas por marketeiros profissionais, tudo para convencer os trabalhadores a seguir votando nos mesmos algozes de sempre.
Aqui em Salvador não foi diferente. A minoria rica que controla essa cidade escolheu os seus candidatos e turbinou suas campanhas com o dinheiro sujo que vem da exploração e opressão que nós trabalhadores e trabalhadoras sentimos na pele todos os dias. O objetivo foi um só: Manter a prefeitura e a câmara municipal como um balcão de negócios a serviço dos seus interesses privados. 
Por isso nós do PSTU nos orgulhamos da campanha que fizemos. Fomos parte da Frente Capital da Resistência junto com o PSOL e o PCB. Fizemos uma campanha independente sem receber um centavo dos empresários, comprometida exclusivamente com os interesses dos trabalhadores. Tivemos um reduzido tempo de TV, enfrentamos um duro bloqueio da mídia, mais mesmo assim levamos nossas posições e propostas aos trabalhadores.
Nestas eleições em todo o Brasil ficou claro que existe uma identificação crescente dos trabalhadores com as candidaturas da esquerda socialista.   Candidaturas independentes, que fazem um retrato fiel da realidade sem enfeites, sem enganação. Assim foi a campanha do operário Cleber Rabelo e da professora Amanda Gurgel do PSTU eleitos em Belém e em Natal.
Foi assim também a campanha do companheiro Hilton Coelho(PSOL) aqui em Salvador. Uma campanha militante voltada para trabalhadores e trabalhadoras, para a periferia da nossa cidade e não para os bairros nobres.  Uma campanha que não precisou fazer alianças com partidos burgueses e muito menos receber financiamento de empresários. O PSOL aqui em salvador, junto com a frente, mostrou que é possível fazer uma campanha vitoriosa, limpa e independente, o oposto dos lamentáveis episódios que vem protagonizando nas campanhas de Belém do Pará e do Amapá.
Estamos diante de um fato histórico. Pela primeira vez em muitos anos teremos um mandato socialista na Câmara municipal de Salvador. Um mandato que deverá ser a voz dos trabalhadores e da juventude, uma voz que não se subordinará aos interesses privados que regem as ações da Câmara. 
Viemos a público parabenizar os companheiros e companheiras militantes do PSOL pelo grandioso sucesso da campanha e agradecer a todos aqueles que contribuíram para a vitória da Frente Capital da Resistência. Uma vitória de toda a esquerda socialista e dos movimentos sociais que se enfrentaram com o governo de João Henrique nos últimos anos. Sem dúvida, esse é um resultado que também fortalecerá a luta daqueles que fazem oposição de esquerda aos governos de Wagner e Dilma.
Como socialistas, no entanto, não nos iludimos. Conhecemos os limites da câmara e sabemos que a pressão a esse mandato será muito forte. Mas temos a convicção de que a força do mandato de Hilton virá da capacidade de não se dissociar, nem por um instante, das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras de nossa cidade. Para isso será necessário estabelecer um canal permanente de diálogo entre o mandato e os movimentos sociais. Comitês, plenárias, idas aos bairros são exemplos de ações que sem dúvida fortalecerão o caráter classista e democrático do mandato como uma extensão dos princípios que nortearam a Frente Capital da Resistência. 
Que os trabalhadores, a juventude e todo o povo oprimido e explorado de Salvador faça a experiência com um vereador socialista, que este seja um mandato das lutas! O mandato da resistência!
 Diretório Municipal do PSTU
Salvador, 23 de outubro de 2012.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nem ACM Neto nem Pelegrino! Nenhum voto de confiança em que governará para os patrões.


Declaração da direção municipal do PSTU sobre o segundo turno das eleições.
          
  Nestas eleições o PSTU junto com o PSOL e o PCB lançou suas candidaturas como parte da Frente Capital da Resistência, uma alternativa de mudança contra a velha política representada pelo DEM de ACM Neto e a traição do PT de Pelegrino, que virou as costas para os trabalhadores optando por governar para os patrões. Por isso apoiamos o professor Hamilton Assis (PSOL) para prefeito e apresentamos nossa companheira Nise Santos (PSTU) como vice. Também nos orgulhamos muito da nossa candidatura à câmara municipal. A companheira Renata Mallet foi uma voz marcante que em meio a mesmiçe do programa eleitoral chamando a atenção dos trabalhadores e dos jovens com um discurso firme que sempre apontava uma saída classista para os problemas de nossa cidade. Agradecemos a todos os trabalhadores pelos 1.225 votos na companheira Renata Mallet.
            Durante todo o 1º turno fizemos uma campanha que falou a verdade para os trabalhadores. Denuciamos o caos e o abandono de Salvador, mostramos como PT-DEM-PMDB estiveram diretamente ligados a administração de João Henrique e, portanto são corresponsáveis  pelos problemas e pela situação degradante em que Salvador se encontra.
            Como não recebemos nenhum centavo dos empresários que dominam essa cidade e há anos lucram à custa do sofrimento do nosso povo tivemos autonomia para dizer que todos os problemas de Salvador só podem começar a ser resolvidos quando retirarmos a prefeitura e a câmara municipal das mãos dos partidos que servem aos patrões. Precisamos desprivatizar a cidade, retirá-la das mãos da minoria rica e voltá-la para atender os intereses da maioria. Defendemos em alto e bom som uma Salvador para os trabalhadores!
            Neste segundo turno os trabalhadores mais uma vez irão às urnas. Dessa vez para escolher entre o candidato do carlismo, ACM Neto, e Pelegrino do PT. O mesmo PT de Wagner, inimigo número 1 dos professores baianos. O mesmo PT do escândalo do mensalão. Já dissemos durante todo o primeiro turno: tanto ACM Neto como Pelegrino apoiaram João Henrique em algum momento dos seus dois mandantos e não apenas isso, são finaciados pelas mesmas empresas que financiaram João e lucraram com a sua administração. Não exite mal menor! Quem quer que saia vitorioso após o segundo turno vai governar seguindo a mesma lógica da gestão João Henrique e a prefeitura de Salvador continuará voltada para atender os interesses da minoria rica que domina essa cidade. 
            Por isso defendemos o voto nulo neste segundo turno. Chamamos todos os trabalhadores e os jovens de Salvador para no dia 28 de outubro não depositar nenhum voto de confiança em que governará para os patrões. Quem sofreu com os anos de chumbo do carlismo sabe que ACM Neto não é uma alternativa. Quem se desiludiu com a traição do PT - os trabalhadores que em cada greve tem sofrido com o autoritarismo de Wagner - não se deixa enganar com as promessas de mudança de  Pelegrino.  O voto NULO neste segundo turno será a expressão da força dos trabalhadores, uma demonstração clara de que estaremos preparando a resitência para os ataques que virão.  

NEM ACM NETO NEM PELEGRINO!
No segundo turno vote NULO!
POR UMA SALVADOR PARA OS TRABALHADORES!

Salvador, 17 de outubro de 2012.
Diretório Municipal do PSTU.

sábado, 13 de outubro de 2012

De traidores e inimigos de classe


Carlos Zacarias de Sena Júnior*

No segundo turno das eleições de 2012 o PT e o PC do B não verão a cor do nosso voto. Isso acontecerá em Salvador, onde o PT de Nelson Pelegrino que tem como vice o PC do B de Olívia Santana, concorrerá com o DEM de ACM Neto, mas também em outras partes do Brasil, onde o PT e o PC do B fizeram alianças indiscriminadas com partidos burgueses. Não obstante, na capital da Bahia, como parece óbvio, ACM Neto também não terá nosso sufrágio no segundo turno das eleições de 2012. Dispensaria de dizer palavra sobre isto, ou seja, sobre o porque de não votar no DEM, não fosse pelo fato de que em Salvador milhares e milhares de trabalhadores farão exatamente isso no próximo dia 28, ou seja, votarão em ACM Neto, um dos líderes da oposição ao governo petista no plano nacional e o herdeiro do carlismo no estado.

Na verdade ACM Neto foi sufragado, sobretudo, por setores do funcionalismo que fizeram a experiência com o PT no governo da Bahia. Entre estes, encontram-se os professores da educação básica e das universidades. Sobre os primeiros, o governo de Jaques Wagner promoveu um dos mais violentos ataques dos últimos tempos. Ao enfrentar uma greve heróica que se arrastou por 115 dias, o governo petista fomentou calúnias pela imprensa, não recebeu os trabalhadores e cortou o ponto dos milhares de pais e mães de família que passaram quatro meses sem receber salários. Para completar, contratou uma empresa de um ex-professor ao custo de 1,5 milhão de reais com dispensa de licitação. E como miséria pouca é bobagem, o empresário e ex-professor, que tem a chancela de um programa na Rede Bahia e na TVE, onde também é apresentador (na TV estatal tem um contrato de dois milhões de reais), ao tentar justificar a contratação de professores fura-greve ganhando R$ 250,00 a hora-aula para oferecer “aulões” para o ENEM em plena greve dos docentes, afirmou que se tratavam de professores de ponta, que não trabalhariam por menos do que lhes seria pago. Enquanto isso os professores do estado seguiam sem receber os seus míseros salários cortados pelo governador, ou seja, os R$ 8,40 por hora-aula para enfrentar turmas super lotadas, escolas precárias, falta de condições de trabalho e a violência cotidiana que impera em muitos estabelecimentos. O resultado dessa política, ao lado da morte de sete docentes vitimados por infarto ou derrame ao longo da greve, foi o ódio visceral da categoria ao governo petista. Ódio este que hoje se converte em votos para um candidato típico da burguesia.

Quanto aos docentes das quatro Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) a situação não é muito distinta, já que o governo petista enfrentou pelo menos três greves da categoria nos últimos seis anos. Quanto aos métodos do governador Jaques Wagner para os docentes das UEBAs, estes são exatamente os mesmos: mentiras, falta de negociação, corte de salários e todo tipo de ameaças aos grevistas. Ainda assim os docentes das Universidades Estaduais Baianas recentemente iniciaram sua campanha salarial, denunciando o fato de que o governo Wagner paga o pior salário do Nordeste ao professor universitário. A campanha agora iniciada, lembra uma outra de 1997, quando Paulo Souto (PFL) governava a Bahia, apoiado por ACM, pagando o pior salário do Brasil. As peças da campanha salarial, chamada de “campanha da vergonha”, foram expostas em out doors em pontos estratégicos de Salvador e também de Brasília para constranger os governistas do antigo PFL que pagava na Bahia o pior salário do Brasil aos seus professores universitários. Muitos não lembram disto, mas convém refrescar a memória quanto às práticas do PT e do PC do B nos governos que apenas copiam os partidos burgueses como o DEM (antigo PFL), PSDB e PMDB.

A lista poderia crescer, haja vista que muitas outras categorias do serviço público estadual da Bahia desenvolveram mobilizações e enfrentamentos com o governo petista de forma ainda mais intensa que na época dos governos carlistas. Não obstante, é preciso insistir lembrando que os tempos do carlismo não eram nem um pouco melhores do que o atual, considerando que os governos de ACM e de seus aliados sempre pagaram péssimos salários aos servidores públicos e também trataram com desprezo e truculência as reivindicações do funcionalismo, fosse no âmbito do estado ou do município. Sobre o assunto, basta que se mencionem ainda as greves enfrentadas pelos governos de ACM, Paulo Souto e César Borges no estado o as jornadas de luta dos servidores municipais que na época do prefeito Antonio Imbassaí, então aliado do carlismo, percebiam os priores salários do país.

Ainda assim milhares de servidores públicos têm declarado seu voto no herdeiro do velho coronel e aqui é importante dizer que a possibilidade de vitória do DEM em Salvador é de responsabilidade exclusiva dos petistas e pecedobistas que repetiram as políticas dos governos da burguesia para atacar os trabalhadores e o serviço público no estado. Não ficamos felizes com a possibilidade de retorno do carlismo ao comando da capital do estado, mas também não moveremos uma pedra para que o PT e o PC do B ganhem a prefeitura de Salvador ou de qualquer outra cidade do Brasil no segundo turno das eleições de 2012. Sabemos a diferença entre traidores e inimigos de classe, de maneira que entre uns e outros não apontamos o que pode ser o mal menor. Em vista disso chamamos o voto nulo, voto este que se diferencia do voto nulo chamado por algumas correntes que o fizeram desde o primeiro turno, quando os trabalhadores tinham alternativas classistas e independentes em muitas cidades.

Queremos afirmar aqui que os trabalhadores seguirão fazendo suas experiências com os governos petistas e os velhos e conhecidos governos da burguesia e mesmo que muitos rompam com os traidores pela direita, outros tantos o farão pela esquerda, e quando fizerem isto, em Salvador e em outras partes do Brasil, seguirão o exemplo de Natal e Belém, que elegeram Amanda Gurgel e Cléber Rabelo como vereadores do PSTU nestas cidades. Quanto aos companheiros que foram eleitos pelo PSOL e pelo PCB, sobretudo aqueles que se elegeram sem os recursos dos empresários, dizemos da importância destas eleições que devem se converter em mandatos a ser construídos de maneira independente da burguesia, sempre ao lado dos trabalhadores. Seremos vigilantes destes mandatos, porque eles serão as vitrines de experiências e expectativas, e os servidores públicos de muitas cidades esperam que tais mandatos venham a se construir como opção. Isto para que, no futuro, os trabalhadores não tenham que desgraçadamente decidir entre traidores e inimigos de classe.



* Professor do Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA).