sábado, 12 de setembro de 2015

Debate sobre legado de Trotsky marca inauguração da nova sede do PSTU Salvador

O evento foi um rico bate-papo sobre os 75 anos da morte de Leon Trotsky e sobre o trotskismo

|Por Elisa Gonçalves, Salvador (BA)

Foi inaugurada na noite do dia 10 de setembro a nova sede do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), em Salvador. A inauguração foi dada com uma mesa de debate composta pelos professores Zacarias (UFBA) e Eurelino Coelho (UEFS) e coordenada por Gabriela Mota e Renata Mallet.

Os professores abordaram em suas falas a origem do trotskismo e as elaborações teóricas de Trotsky, reafirmando que suas elaborações foram comprovadas na Revolução Russa e seguem atuais.

Zacarias, que também é militante do PSTU, iniciou sua fala localizando o assassinato de Leon Trotsky, há 75 anos, por golpes de picareta executado por Ramon Mercader. Localizou o quão difícil é ser um militante de um partido Trotskista historicamente, desde a época da aristocracia Russa onde a perseguição Czarista predominava, além de sermos uma corrente minoritária e jogados à marginalidade. Explicou o regime de partido apontado por Lenin e Trotsky, que atual sobre o centralismo democrático que foi reformulado e deformado pela burocracia Stalinista e o transformou no centralismo burocrático predominando nos Partidos Comunistas (PC’s) daquela época.

Nosso convidado Eurelino Coelho afirmou que não há um futuro para humanidade no reino do capitalismo, reino onde tudo é mercadoria e que só terá um fim com uma revolução. "É necessário e urgente pôr um fim revolucionário ao legado do capital. Para quem acredita nisso, Trotsky está vivo!"

O professor contestou a teoria etapista da revolução e reivindicou Trotsky em um dos seus grandes acertos em afirmar que não há possibilidade em vencermos o capitalismo em um só país. E falou que encontramos muitas respostas em como pôr fim ao legado do capital em uma das principais elaborações de Trotsky: a Teoria da Revolução Permanente.

Encerrou sua importante contribuição falando inquietações sobre a mais verdadeira afirmação de Leon Trotsky: a crise da humanidade se resume na crise de direção. Exclamou brevemente sobre os acontecimentos da luta de classes no século XXI, onde assistimos o protagonismo e a disposição da classe trabalhadora e da juventude em lutar em várias partes do mundo: Argentina e seus governos provisórios, a Primavera Árabe e as lutas na Europa, na Espanha e na Grécia. E finalizou sua intervenção com uma inquietação: Como toda esperança, energia e toda a disposição de lutar, trazidas por grandes ondas de protesto, se dissolveu? E indicou a importância de usarmos o termo crise de direção no sentido dialético. Que também os partidos revolucionários e os partidos de esquerda não podem desconsiderar o Stalinismo e a Social Democracia que ainda seguem vivas. Que a crise de direção não é um problema comum, não é uma tarefa fácil. Que são mais de 75 anos da localização da existência dessa crise.

Liev Davidovitch Bronstein, popularmente conhecido como Leon Trotsky (1879-1940), foi um dos principais líderes da Revolução Russa. Seu assassinato envolveu o comando do Estado soviético a mando de Iossif Vissationovitch Djugashvili, mais conhecido como Joseph Stalin, que se transformou no principal líder da União Soviética.

Aos 25 anos de idade, foi o presidente do primeiro soviete de operários de Petrogrado. Foi fundador e chefe do exército vermelho e líder da III Internacional. Seu assassinato tentou isolar suas contribuições à margem da história, porém, o que Trotsky nos deixou foi um grande legado: a luta permanente contra a burocracia, a teoria da Revolução Permanente e a luta cotidiana contra a restauração do capitalismo. Além de importantes obras que seguem atuais, como o Programa de Transição e as Lições de Outubro.

Nós do PSTU reivindicamos o legado de Trotsky, e acreditamos que uma das principais tarefas dos militantes revolucionários na atualidade é a construção de um grande partido revolucionário. Um partido trotskista brasileiro, um partido trotskista internacional, para avançar em direção à revolução mundial.

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