sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

FEIRA DE SANTANA: R$3,10 é absurdo! Não ao aumento da tarifa!



|Nota da Comissão Municipal PSTU Feira de Santana

Após ter levado o sistema de transporte público da cidade ao caos, o prefeito José Ronaldo (DEM) teve a insensatez de propor um novo aumento da tarifa de ônibus, que passará de R$2,70 para R$3,10. O aumento de 14,81% está muito acima da inflação oficial e dos reajustes obtidos pelos trabalhadores no último período. A proposta inicial da Prefeitura foi um aumento ainda maior, de 18%, o que levaria a tarifa para R$3,18! O objetivo do prefeito é colocar na conta dos trabalhadores a falência do atual sistema de transporte, o Sistema Integrado de Transporte (SIT), e favorecer a lucratividade das empresas de ônibus, com o argumento da substituição da frota, que seguirá insuficiente.

Outro absurdo foi o conselho municipal de transporte ter sido convocado em pleno recesso escolar e universitário, com reunião às portas fechadas e acesso controlado pela guarda municipal e forte esquema de segurança da Polícia Militar, numa clara demonstração do caráter autoritário e antipopular da medida e o medo da revolta popular.

Motivos para a revolta não faltam. Há apenas cinco meses, Feira foi notícia nacional pela situação caótica a que chegou o sistema de transporte. A população ficou sem ônibus por 10 dias, revelando o colapso total do SIT e as relações escusas mantidas pela prefeitura com as empresas que formavam o Sincol. Essas empresas continuavam operando na cidade, ano após ano, descumprindo a legislação, com contratos vencidos, mantendo nas ruas sucatas ambulantes sem qualquer segurança e conforto, deixando de recolher o FGTS dos rodoviários e tantos outros absurdos, como os recorrentes adiantamentos de recursos do vale transporte feito pela prefeitura para a caixa sem fundos do Sincol.

Somos contra o aumento da passagem!
A população não agüenta mais aumento de tarifa e os péssimos serviços. Os maiores prejudicados são os trabalhadores, a juventude, a população pobre das áreas periféricas da cidade, majoritariamente negra, que vivem o sufoco diário de ônibus velhos, superlotados, que demoram a passar. Sem falar daqueles já excluídos do acesso por conta da tarifa muito cara.

Transporte coletivo não é mercadoria, é um direito e assim deve ser encarado. Sem mobilidade não podemos ir à escola, ao trabalho, aos centros de saúde ou aproveitar os espaços de cultura e lazer (por sinal, escassos na cidade). A privatização do sistema só serve ao lucro dos empresários, à corrupção e não garante um serviço de qualidade para aqueles que dependem do ônibus para ir e vir na cidade.

Por isso defendemos o passe livre para estudantes e desempregados, rumo à tarifa zero; que o serviço seja operado por uma empresa estatal, controlada pelos trabalhadores e usuários; prioridade para o transporte coletivo, com mais investimentos para ampliar a oferta e a qualidade de ônibus nos bairros populares e distritos.
Nesse sentido, o BRT, projeto concebido sem discussão com os trabalhadores e estudantes e sem o debate necessário sobre o planejamento da cidade (PDDU), vendido pelo prefeito como a solução para os problemas de mobilidade (já ouvimos essa conversa do mesmo José Ronaldo em relação ao SIT...), não resolverá nossas questões, pois foi pensado para atender aos interesses dos empresários da cidade e dar lucros às empresas de ônibus.

É preciso barrar esse aumento!
A tarefa agora é barrar esse aumento. Precisamos de toda a unidade da juventude e dos trabalhadores para lutar contra o arrocho de Zé Ronaldo, que se associa aos demais ataques aos trabalhadores para fazer o ajuste fiscal dos governos e das grandes empresas e bancos.

O PSTU propõe a formação de fóruns democráticos e de luta contra o aumento da passagem, por passe livre para estudantes e desempregados, contra o BRT de José Ronaldo e a retirada das árvores do centro da cidade. Defendemos a estatização do sistema de transporte coletivo, sob o controle dos trabalhadores e usuários.

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