ACM Neto: o que as pesquisas não dizem, a realidade nos conta

No “reino” do prefeito “Netinho” Salvador é vendida como a cidade do turismo, como diz o ditado popular, pra “inglês vêr”

Governador Rui Costa (PT): caviar para a classe média e os turistas, lata de sardinha para os trabalhadores

O governador do PT declara que é preciso criar linhas especiais para atender um setor da classe média que não se sente atraída pelo transporte coletivo de Salvador.

domingo, 28 de outubro de 2012

Vitória de ACM Neto: Os trabalhadores não tem o que comemorar


                Neste domingo, o candidato do DEM, ACM Neto, ganhou as eleições de Salvador. Essa é uma importante derrota dos trabalhadores de Salvador.  Voltou à prefeitura de nossa cidade o que há de pior na política baiana. Mais uma vez os trabalhadores vão se enfrentar com um governo truculento, autoritário, aliado das grandes empresas e das máfias da cidade.
                Infelizmente, a vitória do DEM, foi construída pelo PT. Foi a experiência com o PT de Wagner que fez com que os trabalhadores votassem em ACM Neto. O PT abandonou os seus princípios, entrou na lógica do “vale tudo” eleitoral, se aliou com setores da direita (Otto Alencar, César Borges), passou a receber dinheiro de empresas (OAS, ODEBRECHT) e atacar os trabalhadores em luta.
                As experiências de luta desse ano mostraram a forma do PT de governar. Criminalizou a greve da PM e colocou o exército nas ruas para reprimir e ameaçar os policiais militares em greve. Cortou o ponto dos professores em greve, além de adotar medidas desumanas como o corte do PLANSERV, do CREDICESTA e a demissão de mais de 150 grevistas. Em todas essas ações, o PC do B de Olívia deu apoio irrestrito ao PT, mostrando de que lado eles estavam.
                Mesmo sabendo quem é o Carlismo e qual projeto ACM Neto representa, uma parte importante dos trabalhadores de Salvador votaram no Carlismo para se “vingar” das traições do PT. A vitória eleitoral do DEM (que está definhando no resto do país) foi fruto de uma experiência desastrosa com o PT de Wagner. Agora, os lutadores de Salvador precisam se reorganizar. Lutar contra a prefeitura de ACM Neto não será uma tarefa fácil. É hora dos trabalhadores erguerem as cabeças e avançar na luta contra a velha direita que ganhou a prefeitura. Uma tarefa imediata dos trabalhadores é derrotar o aumento do salário dos vereadores e prefeito!
A experiência com os governos da direita já ensinou aos trabalhadores que eles são inimigos de classe, e que nós ficaremos do outro lado da trincheira, resistindo aos ataques que virão. A experiência com o PT de Wagner nos mostrou que a aliança com setores da direita, que o financiamento de campanha com dinheiro das empresas, que o “vale tudo” eleitoral e que a truculência no trato com os trabalhadores em luta não é o caminho que queremos seguir.
É hora de avançar na organização dos trabalhadores, de forma independente, para construir uma alternativa de luta, classista e socialista.
As eleições estão acabando e a maioria dos políticos irá sumir, retornando apenas daqui a dois anos para mais uma vez pedir seu voto. Nós do PSTU estaremos onde sempre estivemos: Nas lutas e mobilizações dos trabalhadores! Convidamos todos os ativistas honestos que querem derrotar a direita e que se decepcionaram com os rumos do PT e do PC do B para juntos construirmos um verdadeiro processo de resistência na nossa cidade.
Vamos derrotar ACM Neto nas ruas!
Salvador, 28 de Outubro de 2012.
Direção Municipal do PSTU Salvador.

sábado, 27 de outubro de 2012

LIÇÕES DA LUTA CONTRA A EBSERH


LIÇÕES DA LUTA CONTRA A EBSERH

Juventude do PSTU, Salvador-BA.

            Estamos vivendo um processo de luta muito revelador no país e na nossa universidade federal da Bahia: a luta contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A EBSERH é uma Empresa Pública de direito Privado criada por uma medida provisória da presidenta Dilma para gerir os Hospitais Universitários. O nefasto processo de precarização e privatização dos nossos HU’s segue a mesma lógica dos políticos da velha direita, que começaram a implementar o projeto neoliberal no país (Collor, FHC): precarizar ao máximo os serviços públicos para justificar a ‘necessidade’ de sua privatização (a realidade já mostrou que a privatização não melhora os serviços, muito pelo contrário); mas inova e aprofunda essa lógica, com as recentes privatizações chamadas de “concessões” do governo Lula e Dilma, entregando nossas riquezas eos Serviços do Estado à burguesia nacional e estrangeira de forma sutil e disfarçada, assim como está sendo feito com os Correios, a Petrobrás, os aeroportos, portos, rodovias etc.
            Nossa luta diária é também de disputa de consciência, de combate à lógica neoliberal, ou seja, é ideológica. No atual contexto histórico soma-se à necessidade desmentir a falácia de que a privatização é a saída para tornar os serviços mais eficientes e modernos outra tarefa ainda mais difícil: demonstrar como o projeto neoliberal segue sendo implementado no país, com novas denominações e mascaras. À medida que o atual governo privatiza de forma disfarçada e fragmentada, como ao criar a EBSERH como uma empresa ‘pública’ de direito privado, enfraquece a resistência a tais projetos no próprio movimento dos lutadores.
            Em que pese toda a dificuldade de organizar a luta contra a implementação de políticas que estão a serviço das elites e da burguesia, por estas estarem sendo implementadas por um governo que o povo e alguns lutadores identificam como seu, as experiências das próprias lutas que inevitavelmente vão se erguendo são importantíssimas para impulsionar essa conscientização.
1.     A DISPUTA INSTITUCIONAL E A LUTA DIRETA
Tem sido lembrado a infeliz coincidência de data deste o CONSUNI com o que aprovou o REUNI na UFBA (19 de outubro de 2007, quase exatamente depois de 5 anos). Mas a coincidência não é só na data, esse Conselho repetiu a mesma forma truculenta e anti-democrática com que o REUNI foi implementado goela abaixo da comunidade acadêmica na UFBA, bem como nas demais universidades federais do país,  sem fomentar um suficiente debate democrático entre os estudantes, professores e técnicos, e sob a pressão das chantagens quanto ao repasse de recursos. O governo praticamente exigiu, sem apresentar outra alternativa, que as reitorias aprovassem a EBSERH, fez exatamente igual na implementação do REUNI. Também foi idêntica a subserviência da Reitoria, Naomar em 2007, Dora em 2012. O história se repetiu, dessa vez ainda como tragédia.
            A luta travada nas diversas congregações para disputar os votos contra a adesão à empresa é um passo válido e muito importante. Conseguir barrar a EBSERH no CONSUNI não seria suficiente para impedir a adesão ao projeto, mas seria um ponto de apoio para fortalecer a luta e enfraquecer nossos inimigos. Ainda que não tenhamos conseguidos votos suficientes para barrar via CONSUNI, cada voto contra a EBSERH foi importante, pois significou uma vitória na luta contra a privatização.
            Chegando ao CONSUNI, os estudantes ficaram indignados ao assistirem a encenação de democracia da administração central, escondendo o conjunto de condições desfavoráveis que fazem deste conselho um campo onde o que de fato vale são outros interesses, não o dos estudantes e dos trabalhadores. A lição que temos que tirar daí é que a disputa institucional é limitada pelo próprio caráter destas instituições. Ela segue sendo válida e legítima, entretanto quando está voltada para fortalecer a luta direta, a única que garante conquistas e mudanças que não dependerão de nenhum “voto contra”  ou  “golpes burocráticos”.
2.     A INDEPENDÊNCIA E O ENFRENTAMENTO AO GOVERNO.
Infelizmente a votação no CONSUNI foi derrotada não só pela ação dos agentes da direita, alguns dos nossos representantes estudantis faltaram propositalmente à votação. Aqui não queremos fazer uma denúncia para enfraquecer o movimento, nem deixamos de reconhecer de forma justa, mesmo sendo oposição à atual gestão do DCE, a atuação comprometida de alguns dos seus diretores, em especial do Coletivo O ESTOPIM. Mas não podemos deixar de denunciar que os conselheiros do coletivo FLORES DE MAIO, por causa do seu comprometimento com o governo Dilma e todos seus projetos inclusive o da EBSERH, não compareceram a essa votação decisiva e histórica. Não ganharíamos a votação, mais sairíamos muito mais fortalecidos se o movimento estudantil estivesse por completo unido contra essa privatização.
A luta contra a EBSERH precisa seguir, e para isso achamos que está na hora de tirar outra conclusão importantíssima: enfrentar Dora para derrubar a EBSERH na UFBA é imprescindível, mas para derrotar a EBSERH é preciso construir também uma luta unitária para enfrentar Dilma e derrubar esse projeto nacionalmente. Para isso é necessário independência frente a esse governo. Algumas correntes do movimento estudantil consideram um pecado mortal citar Dilma na luta contra a EBSERH, mas perguntamos a esses companheiros quem foi governo que criou essa empresa? Para nossa luta ser vitoriosa ela deve se enfrentar contra o principal agente das atuais privatizações: o governo Dilma. Por isso é tão importante a palavra de ordem: Dilma, abaixo a EBSERH! Por isso é tão necessário articular essa luta nacionalmente numa entidade estudantil independente do governo.
Aqui também cabe uma pergunta aos companheiros, Qual o papel que a UNE cumpriu na luta contra a EBSERH? Houve uma articulação nacional dessa luta através da entidade que deveria fazer isso? Porque a UNE não o fez? Pelo mesmo motivo que os conselheiros do coletivo FLORES DE MAIO não compareceram ao CONSUNI. É justamente por isso que nós achamos que o momento histórico em que vivemos, onde as lutas seguem surgindo de norte a sul do país e precisam ser fortalecidas numa perspectiva maior, nacional, a existência de uma entidade nacional independente do governo que supere a falência da UNE é uma necessidade. Na greve que acabamos de viver o CNGE (Comando Nacional de Greve Estudantil) cumpriu esse papel. A greve acabou e o  foi comando dissolvido, mas as lutas seguem. Por isso que nós, junto com outros companheiros e companheiras, construímos a ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre), como uma alternativa a essa necessidade.
3.     EBSERH, REUNI, PNE: O QUE EXISTE EM COMUM?
A EBSERH não é uma política isolada. Ela se relaciona com um conjunto muito maior de políticas que vem sendo implementadas no último período inserindo cada vez mais a lógica neoliberal na educação. Esse processo, que começou já a muito tempo, deu um salto com as medidas, decretos e projetos dos governos Lula e Dilma, que fatiaram a Reforma Universitária.
Primeiro veio já em 2004, a Lei de Inovação Tecnológica, que permite adequar o conhecimento produzido na universidade às demandas do mercado, combinado com a Lei das Fundações Privadas, abrindo ainda mais espaço para que as fundações de direito privado fossem as financiadoras desses projetos ‘inovadores’. Não é difícil concluir os interesses do setor privado: que este obviamente vai querer lucrar, utiliza-se do espaço e estruturas públicas e determinando a lógica da produção de conhecimento, que deveria estar voltada para as necessidades das pessoas e não para o lucro.
Lula também cria o SINAES (Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior) e o ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), estimulando a competitividade e produtividade também no ensino público. Na sequência cria o REUNI: este, bem conhecido nosso, condiciona o repasse e aumento de verbas ao cumprimento de metas administrativas: conclusão de 90% dos matriculados, redução da proporção, quase pela metade, de professor por aluno, aumentando assim a exploração dos docentes e enfraquecendo a pesquisa e extensão.
Assim como o projeto da EBSERH as medidas neoliberais pra educação vieram muito bem disfarçadas. O REUNI é o maior expoente desse ‘jogo’ dos governos petistas. A expansão das universidades federais é uma reivindicação histórica dos movimentos sociais e da luta dos trabalhadores, o governo pegou essa pauta e promoveu uma expansão que aprofunda a lógica neoliberal no ensino superior no país. Promove uma expansão aquém das necessidades da juventude pobre (que segue fora do ensino superior público) a medida que transforma a maioria das universidade em escolões de entrega e diplomas e consolida a elitização de algumas “universidades de ponta”, aquelas em que o investimento privado mais investe. Ou seja, é uma pequena expansão com uma profunda mudança no caráter do ensino superior. A UNE e diversas correntes do movimento estudantil ajudam o governo ao propagandear a expansão promovida pelo REUNI como a única possível, escondendo seu caráter neoliberal e ajudando a minar a resistência contra esse processo de desmonte da educação pública em nosso país.
E o que tem a ver o REUNI com a EBSERH? A lógica dessas políticas é a mesma. Na medida que o projeto REUNI não garantia um aumento de verbas proporcional à expansão, enfraquecendo os já difíceis e escassos recursos humanos e estruturais da universidade, somado as outras políticas que citamos anteriormente nesse texto, abria ainda mais o caminho para a entrada do capital privado na universidade, num processo sutil de privatização. Na UFBA os institutos mais bem equipados não são aqueles que dependem da verba pública, como os cursos em São Lázaro, mas sim aqueles em que empresas como ODEBRECH já fazem parte do dia-dia, como a Politécnica, usando da universidade para reproduzir sua lógica e seguir melhor explorando e lucrando. A precarização do Hospital Universitário, utilizada para legitimar a adesão à gestão da EBSERH, está profundamente relacionada com essa lógica e conjunto de medidas neoliberais apresentadas como as “saídas” pelo governo federal e implementadas fielmente pelos reitores da nossa universidade. Mas no caso da EBSERH fica muito mais claro que o conteúdo desses tipos de “soluções imediatas para os problemas que vivemos” escondem um processo de privatização.
E esse processo continua: as metas do REUNI, os decretos, leis e medidas, todos estão sendo incorporados no novo Plano Nacional de Educação do governo Dilma. Mais uma vez, na tentativa de esconder seu verdadeiro caráter, o governo alardeia a incorporação dos 10% do PIB ao plano. A UNE, que sentou pra negociar isso em nome dos estudantes em greve, ou seja, boicotando o CNGE (que foi eleito democraticamente nas assembleias de greve em todo o país), ajuda o governo nessa tarefa de confundir os estudantes. Não falam, no entanto, que no PNE o compromisso desses 10% é para 2023, ou seja, daqui dez anos, e também para educação privada, que cresceu como nunca nos últimos governos!

4.     A LUTA SE TORNA CADA VEZ MAIS FORTE
Nós avaliamos que a luta contra a EBSERH tem sido importantíssima, nesse sentido parabenizamos o conjunto dos companheiros(as) que vem se empenhando nela, especialmente o Fórum Acadêmico de Saúde, como principal espaço de articulação das diversas atividades. O fato de não termos conseguido derrotar a EBSERH no CONSUNI não significa que essa luta não é vitoriosa em muitos aspectos. Cada batalha acumula para a luta, que é permanente. Além dos esforços locais, a disputa contra a EBSERH teve a repercussão e força também por conta do acúmulo que trouxe a greve da educação e do funcionalismo público que sacudiu as universidades federais a alguns meses.
Assim como a greve nacionalmente ajudou a desvelar o REUNI e o PNE, a luta contra a EBSERH tem como principal saldo positivo desmascarar esse projeto privatista. Ambos os processos também serviram para demonstrar de que lado está a reitoria e como de fato funcionam os fóruns ‘democráticos’ da universidade. Mostrar novamente a força da unidade do movimentos de luta quando não temos medo de apontar o dedo para a raiz dos problemas, de forma independente.
Essa consciência com certeza serve para que as lutas seguintes tenham mais adesão e mais força. Mas para a luta contra a EBSERH  avançar é preciso incorporarmos a exigência ao governo Dilma, inserindo nossa luta local num processo nacional contra esta Empresa e contra o conjunto das políticas neoliberais que ela se relaciona. A luta contra a EBSERH é a mesma contra o REUNI e agora mais precisamente contra o PNE de Dilma. É a luta contra essa lógica neoliberal que segue sendo imposta a nossos direitos básicos tais como saúde e educação. Nós, juventude do PSTU- BA, queremos construir unidade de ação com todas(os) lutadores dispostos a fazer a luta avançar! E que ela avance em direção a defesa da saúde e educação pública, e avance ainda mais, para construção das lutas diretas por um modelo de sociedade que adote uma outra lógica, que não a do lucro e exploração: a sociedade socialista.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Hilton Coelho vereador, uma vitória da resistência. Um mandato que deverá estar a serviço dos trabalhadores!


Em ano de eleições municipais vende-se a ideia de que é chegada a hora dos trabalhadores, os jovens e a população em geral tomar nas mãos a decisão sobre quem governará sua cidade e tomará decisões que influenciarão diretamente as suas vidas.
Para nós socialistas não existe nada mais falso. As eleições definitivamente se tornaram um terreno onde a burguesia dá as cartas. Partidos comprometidos com a manutenção da ordem recebem milhões em “doações”, verdadeiros investimentos dos grandes empresários. Com esse dinheiro montam campanhas hollywoodianas elaboradas por marketeiros profissionais, tudo para convencer os trabalhadores a seguir votando nos mesmos algozes de sempre.
Aqui em Salvador não foi diferente. A minoria rica que controla essa cidade escolheu os seus candidatos e turbinou suas campanhas com o dinheiro sujo que vem da exploração e opressão que nós trabalhadores e trabalhadoras sentimos na pele todos os dias. O objetivo foi um só: Manter a prefeitura e a câmara municipal como um balcão de negócios a serviço dos seus interesses privados. 
Por isso nós do PSTU nos orgulhamos da campanha que fizemos. Fomos parte da Frente Capital da Resistência junto com o PSOL e o PCB. Fizemos uma campanha independente sem receber um centavo dos empresários, comprometida exclusivamente com os interesses dos trabalhadores. Tivemos um reduzido tempo de TV, enfrentamos um duro bloqueio da mídia, mais mesmo assim levamos nossas posições e propostas aos trabalhadores.
Nestas eleições em todo o Brasil ficou claro que existe uma identificação crescente dos trabalhadores com as candidaturas da esquerda socialista.   Candidaturas independentes, que fazem um retrato fiel da realidade sem enfeites, sem enganação. Assim foi a campanha do operário Cleber Rabelo e da professora Amanda Gurgel do PSTU eleitos em Belém e em Natal.
Foi assim também a campanha do companheiro Hilton Coelho(PSOL) aqui em Salvador. Uma campanha militante voltada para trabalhadores e trabalhadoras, para a periferia da nossa cidade e não para os bairros nobres.  Uma campanha que não precisou fazer alianças com partidos burgueses e muito menos receber financiamento de empresários. O PSOL aqui em salvador, junto com a frente, mostrou que é possível fazer uma campanha vitoriosa, limpa e independente, o oposto dos lamentáveis episódios que vem protagonizando nas campanhas de Belém do Pará e do Amapá.
Estamos diante de um fato histórico. Pela primeira vez em muitos anos teremos um mandato socialista na Câmara municipal de Salvador. Um mandato que deverá ser a voz dos trabalhadores e da juventude, uma voz que não se subordinará aos interesses privados que regem as ações da Câmara. 
Viemos a público parabenizar os companheiros e companheiras militantes do PSOL pelo grandioso sucesso da campanha e agradecer a todos aqueles que contribuíram para a vitória da Frente Capital da Resistência. Uma vitória de toda a esquerda socialista e dos movimentos sociais que se enfrentaram com o governo de João Henrique nos últimos anos. Sem dúvida, esse é um resultado que também fortalecerá a luta daqueles que fazem oposição de esquerda aos governos de Wagner e Dilma.
Como socialistas, no entanto, não nos iludimos. Conhecemos os limites da câmara e sabemos que a pressão a esse mandato será muito forte. Mas temos a convicção de que a força do mandato de Hilton virá da capacidade de não se dissociar, nem por um instante, das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras de nossa cidade. Para isso será necessário estabelecer um canal permanente de diálogo entre o mandato e os movimentos sociais. Comitês, plenárias, idas aos bairros são exemplos de ações que sem dúvida fortalecerão o caráter classista e democrático do mandato como uma extensão dos princípios que nortearam a Frente Capital da Resistência. 
Que os trabalhadores, a juventude e todo o povo oprimido e explorado de Salvador faça a experiência com um vereador socialista, que este seja um mandato das lutas! O mandato da resistência!
 Diretório Municipal do PSTU
Salvador, 23 de outubro de 2012.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nem ACM Neto nem Pelegrino! Nenhum voto de confiança em que governará para os patrões.


Declaração da direção municipal do PSTU sobre o segundo turno das eleições.
          
  Nestas eleições o PSTU junto com o PSOL e o PCB lançou suas candidaturas como parte da Frente Capital da Resistência, uma alternativa de mudança contra a velha política representada pelo DEM de ACM Neto e a traição do PT de Pelegrino, que virou as costas para os trabalhadores optando por governar para os patrões. Por isso apoiamos o professor Hamilton Assis (PSOL) para prefeito e apresentamos nossa companheira Nise Santos (PSTU) como vice. Também nos orgulhamos muito da nossa candidatura à câmara municipal. A companheira Renata Mallet foi uma voz marcante que em meio a mesmiçe do programa eleitoral chamando a atenção dos trabalhadores e dos jovens com um discurso firme que sempre apontava uma saída classista para os problemas de nossa cidade. Agradecemos a todos os trabalhadores pelos 1.225 votos na companheira Renata Mallet.
            Durante todo o 1º turno fizemos uma campanha que falou a verdade para os trabalhadores. Denuciamos o caos e o abandono de Salvador, mostramos como PT-DEM-PMDB estiveram diretamente ligados a administração de João Henrique e, portanto são corresponsáveis  pelos problemas e pela situação degradante em que Salvador se encontra.
            Como não recebemos nenhum centavo dos empresários que dominam essa cidade e há anos lucram à custa do sofrimento do nosso povo tivemos autonomia para dizer que todos os problemas de Salvador só podem começar a ser resolvidos quando retirarmos a prefeitura e a câmara municipal das mãos dos partidos que servem aos patrões. Precisamos desprivatizar a cidade, retirá-la das mãos da minoria rica e voltá-la para atender os intereses da maioria. Defendemos em alto e bom som uma Salvador para os trabalhadores!
            Neste segundo turno os trabalhadores mais uma vez irão às urnas. Dessa vez para escolher entre o candidato do carlismo, ACM Neto, e Pelegrino do PT. O mesmo PT de Wagner, inimigo número 1 dos professores baianos. O mesmo PT do escândalo do mensalão. Já dissemos durante todo o primeiro turno: tanto ACM Neto como Pelegrino apoiaram João Henrique em algum momento dos seus dois mandantos e não apenas isso, são finaciados pelas mesmas empresas que financiaram João e lucraram com a sua administração. Não exite mal menor! Quem quer que saia vitorioso após o segundo turno vai governar seguindo a mesma lógica da gestão João Henrique e a prefeitura de Salvador continuará voltada para atender os interesses da minoria rica que domina essa cidade. 
            Por isso defendemos o voto nulo neste segundo turno. Chamamos todos os trabalhadores e os jovens de Salvador para no dia 28 de outubro não depositar nenhum voto de confiança em que governará para os patrões. Quem sofreu com os anos de chumbo do carlismo sabe que ACM Neto não é uma alternativa. Quem se desiludiu com a traição do PT - os trabalhadores que em cada greve tem sofrido com o autoritarismo de Wagner - não se deixa enganar com as promessas de mudança de  Pelegrino.  O voto NULO neste segundo turno será a expressão da força dos trabalhadores, uma demonstração clara de que estaremos preparando a resitência para os ataques que virão.  

NEM ACM NETO NEM PELEGRINO!
No segundo turno vote NULO!
POR UMA SALVADOR PARA OS TRABALHADORES!

Salvador, 17 de outubro de 2012.
Diretório Municipal do PSTU.

sábado, 13 de outubro de 2012

De traidores e inimigos de classe


Carlos Zacarias de Sena Júnior*

No segundo turno das eleições de 2012 o PT e o PC do B não verão a cor do nosso voto. Isso acontecerá em Salvador, onde o PT de Nelson Pelegrino que tem como vice o PC do B de Olívia Santana, concorrerá com o DEM de ACM Neto, mas também em outras partes do Brasil, onde o PT e o PC do B fizeram alianças indiscriminadas com partidos burgueses. Não obstante, na capital da Bahia, como parece óbvio, ACM Neto também não terá nosso sufrágio no segundo turno das eleições de 2012. Dispensaria de dizer palavra sobre isto, ou seja, sobre o porque de não votar no DEM, não fosse pelo fato de que em Salvador milhares e milhares de trabalhadores farão exatamente isso no próximo dia 28, ou seja, votarão em ACM Neto, um dos líderes da oposição ao governo petista no plano nacional e o herdeiro do carlismo no estado.

Na verdade ACM Neto foi sufragado, sobretudo, por setores do funcionalismo que fizeram a experiência com o PT no governo da Bahia. Entre estes, encontram-se os professores da educação básica e das universidades. Sobre os primeiros, o governo de Jaques Wagner promoveu um dos mais violentos ataques dos últimos tempos. Ao enfrentar uma greve heróica que se arrastou por 115 dias, o governo petista fomentou calúnias pela imprensa, não recebeu os trabalhadores e cortou o ponto dos milhares de pais e mães de família que passaram quatro meses sem receber salários. Para completar, contratou uma empresa de um ex-professor ao custo de 1,5 milhão de reais com dispensa de licitação. E como miséria pouca é bobagem, o empresário e ex-professor, que tem a chancela de um programa na Rede Bahia e na TVE, onde também é apresentador (na TV estatal tem um contrato de dois milhões de reais), ao tentar justificar a contratação de professores fura-greve ganhando R$ 250,00 a hora-aula para oferecer “aulões” para o ENEM em plena greve dos docentes, afirmou que se tratavam de professores de ponta, que não trabalhariam por menos do que lhes seria pago. Enquanto isso os professores do estado seguiam sem receber os seus míseros salários cortados pelo governador, ou seja, os R$ 8,40 por hora-aula para enfrentar turmas super lotadas, escolas precárias, falta de condições de trabalho e a violência cotidiana que impera em muitos estabelecimentos. O resultado dessa política, ao lado da morte de sete docentes vitimados por infarto ou derrame ao longo da greve, foi o ódio visceral da categoria ao governo petista. Ódio este que hoje se converte em votos para um candidato típico da burguesia.

Quanto aos docentes das quatro Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) a situação não é muito distinta, já que o governo petista enfrentou pelo menos três greves da categoria nos últimos seis anos. Quanto aos métodos do governador Jaques Wagner para os docentes das UEBAs, estes são exatamente os mesmos: mentiras, falta de negociação, corte de salários e todo tipo de ameaças aos grevistas. Ainda assim os docentes das Universidades Estaduais Baianas recentemente iniciaram sua campanha salarial, denunciando o fato de que o governo Wagner paga o pior salário do Nordeste ao professor universitário. A campanha agora iniciada, lembra uma outra de 1997, quando Paulo Souto (PFL) governava a Bahia, apoiado por ACM, pagando o pior salário do Brasil. As peças da campanha salarial, chamada de “campanha da vergonha”, foram expostas em out doors em pontos estratégicos de Salvador e também de Brasília para constranger os governistas do antigo PFL que pagava na Bahia o pior salário do Brasil aos seus professores universitários. Muitos não lembram disto, mas convém refrescar a memória quanto às práticas do PT e do PC do B nos governos que apenas copiam os partidos burgueses como o DEM (antigo PFL), PSDB e PMDB.

A lista poderia crescer, haja vista que muitas outras categorias do serviço público estadual da Bahia desenvolveram mobilizações e enfrentamentos com o governo petista de forma ainda mais intensa que na época dos governos carlistas. Não obstante, é preciso insistir lembrando que os tempos do carlismo não eram nem um pouco melhores do que o atual, considerando que os governos de ACM e de seus aliados sempre pagaram péssimos salários aos servidores públicos e também trataram com desprezo e truculência as reivindicações do funcionalismo, fosse no âmbito do estado ou do município. Sobre o assunto, basta que se mencionem ainda as greves enfrentadas pelos governos de ACM, Paulo Souto e César Borges no estado o as jornadas de luta dos servidores municipais que na época do prefeito Antonio Imbassaí, então aliado do carlismo, percebiam os priores salários do país.

Ainda assim milhares de servidores públicos têm declarado seu voto no herdeiro do velho coronel e aqui é importante dizer que a possibilidade de vitória do DEM em Salvador é de responsabilidade exclusiva dos petistas e pecedobistas que repetiram as políticas dos governos da burguesia para atacar os trabalhadores e o serviço público no estado. Não ficamos felizes com a possibilidade de retorno do carlismo ao comando da capital do estado, mas também não moveremos uma pedra para que o PT e o PC do B ganhem a prefeitura de Salvador ou de qualquer outra cidade do Brasil no segundo turno das eleições de 2012. Sabemos a diferença entre traidores e inimigos de classe, de maneira que entre uns e outros não apontamos o que pode ser o mal menor. Em vista disso chamamos o voto nulo, voto este que se diferencia do voto nulo chamado por algumas correntes que o fizeram desde o primeiro turno, quando os trabalhadores tinham alternativas classistas e independentes em muitas cidades.

Queremos afirmar aqui que os trabalhadores seguirão fazendo suas experiências com os governos petistas e os velhos e conhecidos governos da burguesia e mesmo que muitos rompam com os traidores pela direita, outros tantos o farão pela esquerda, e quando fizerem isto, em Salvador e em outras partes do Brasil, seguirão o exemplo de Natal e Belém, que elegeram Amanda Gurgel e Cléber Rabelo como vereadores do PSTU nestas cidades. Quanto aos companheiros que foram eleitos pelo PSOL e pelo PCB, sobretudo aqueles que se elegeram sem os recursos dos empresários, dizemos da importância destas eleições que devem se converter em mandatos a ser construídos de maneira independente da burguesia, sempre ao lado dos trabalhadores. Seremos vigilantes destes mandatos, porque eles serão as vitrines de experiências e expectativas, e os servidores públicos de muitas cidades esperam que tais mandatos venham a se construir como opção. Isto para que, no futuro, os trabalhadores não tenham que desgraçadamente decidir entre traidores e inimigos de classe.



* Professor do Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Quilombo Socialista do PSTU


Quinta-Feira (09/08) o PSTU Salvador vai inaugurar seu comitê de campanha com a realização do primeiro Quilombo Socialista desta campanha. O primeiro quilombo terá como tema "Nossa Bandeira é de Raça e Classe", que debaterá um programa socialista para os negros e negras de Salvador.


PSTU Salvador realiza seminário de programa: Salvador para os Trabalhadores

        Cerca de 40 militantes e ativistas próximos do PSTU estiveram no domingo (29/07) reunidos na UNEB para discutir o programa que o PSTU apresentará nas eleições municipais de outubro. O seminário contou com a presença do candidato a prefeito pela frente “Capital da Resistência”, o professor Hamilton Assis (PSOL), a candidata vice-prefeita pelo PSTU Nise Santos e a candidata à vereadora pelo PSTU, a bancária Renata Mallet. Na abertura do seminário, as candidatas apresentaram uma análise das eleições atuais e as tarefas para o partido nas próximas eleições. 
         Renata Mallet destacou o tema da conjuntura internacional de crise econômica, e de como os governos estão preparando ataques aos trabalhadores, na tentativa de conter a crise com a retirada de direitos dos trabalhadores. Destacou a importância do fortalecimento da luta dos trabalhadores em todo mundo, e que a sua candidatura vai cumprir o papel de propagandear a luta dos trabalhadores, denunciando o papel que os governos tanto da velha direita, como do PT cumprem no ataque aos trabalhadores. 
         “Nestas eleições, os grandes partidos querem fazer os trabalhadores acreditarem que existe uma polarização entre os projetos do DEM (ACM Neto) e do PT (Pelegrino), mas isso não é verdade. Ambos representam um projeto contrário aos interesses dos trabalhadores, basta lembrar qual é o projeto que ACM Neto representa, o projeto do Carlismo, e observar como o PT tem tratado as greves da PM e dos professores”, disse Renata. 
          Nise Santos, candidata a vice-prefeita pela frente de esquerda, arrancou emoção de alguns presentes, quando tocou em uma das grandes polêmicas da campanha, o fato de quase todos os candidatos a prefeito terem escolhido como vices candidatos negros. Nise, que é negra e moradora da cidade baixa, que assim como a maioria dos trabalhadores de Salvador pega ônibus todos os dias, depende da saúde pública e dos demais serviços públicos, destacou que não basta ser negro, e que infelizmente os outros candidatos tentam usar vices negros e negras para tentar mostrar-se mais próximos da maioria dos trabalhadores de Salvador, mas que infelizmente o projeto deles não são para os negros e negras de Salvador, que infelizmente eles seguiram patrocinando o projeto de faxina étnica que acontece em Salvador. 
       “A maior tarefa que temos hoje, é apresentar uma candidatura socialista, que dispute com a velha direita e com o governismo. É preciso apresentar um programa que faça um duro balanço do governo João Henrique, que mostre que PT, o PC do B e o PMDB estiveram nesse governo, e que esse governo que sempre beneficiou os empresários levou Salvador ao caos social. Esse governo nunca priorizou os trabalhadores dessa cidade, basta ver o que é o transporte público de Salvador, que é precário, mas tem uma das maiores tarifas. Se olharmos para a saúde e para as demais áreas sociais, veremos que os trabalhadores de Salvador foram abandonados. Por isso, é hora dos trabalhadores de Salvador, construírem um outro projeto, votarem em candidaturas classistas e socialistas, que por não terem coligações com os empresários, possam apresentar de fato um programa de uma Salvador para os Trabalhadores”, falou Nise. 
       Depois da mesa de abertura os presentes se dividiram em grupos de trabalho (Educação, Saúde e Meio Ambiente, Mulheres e LGBT, Negras e Negros, Trabalho, Emprego e Renda) e ajudaram a formular um programa que ajude a discutir com o conjunto dos trabalhadores uma Salvador para os trabalhadores. Veja fotos do seminário, clique aqui.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Campanha Eleitora PSTU ITABUNA - Centro Comercial


           
          No último dia 28 de julho a cidade de Itabuna-BA fez 102 anos de emancipação política. No entanto, a população pobre e os trabalhadores não tiveram razão alguma para comemorar. Itabuna está atolada numa terrível crise, aparecendo constantemente nos noticiários nacionais com o crescimento da violência que vitimou desde janeiro até julho deste ano mais de 100 pessoas, a maioria jovens negros e moradores da periferia da cidade. A saúde pública vive em estado de abandono com os postos e hospitais atravessando um caos completo. A dengue se tornou rotina, com mais de 5 mil casos apenas no início deste ano. Na educação a situação não é diferente. O prefeito Azevedo do DEM não cumpre a Lei do Piso Nacional, não respeita o Plano de Carreira dos professores, não permite eleição para diretores das escolas e deixa os prédios escolares desabando na cabeça de estudantes e servidores.

           No dia do aniversário da cidade os candidatos do PSTU, Zé Roberto (prefeito) e Professora Adriana (vereadora) foram à feira livre do Centro Comercial discutir as dificuldades que passam feirantes e camelôs. Vias sujas, falta de banheiros públicos, espaços para comércio mal projetados são alguns dos problemas enfrentados pela população. Os trabalhadores da feira livre se mostraram indignados com toda essa situação e com o descaso com que os governos do PT e do DEM sempre trataram as feiras e o comércio informal. Mesmo sendo os verdadeiros responsáveis por todo esse caos em que vive a cidade, esses partidos seguem tentando iludir a população com falsas promessas. Mas, em cada encontro com um trabalhador na feira, foi possível sentir o apoio às candidaturas de Zé Roberto e da professora Adriana Oliveira. Os candidatos do PSTU mais uma vez reafirmaram seu compromisso de governar com os trabalhadores.

           No próximo dia 5 de agosto, o PSTU organizará um Seminário para debater os problemas da cidade e construir um programa político com a comunidade de Itabuna. O objetivo é edificar propostas a partir das demandas dos trabalhadores e pobres da cidade.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Entrevista ao jornal A Tarde: Candidata a vice-prefeita, Nise Santos diz que concurso deve ter cotas raciais


Candidata a vice-prefeita, Nise Santos diz que concurso deve ter cotas raciais

30/07/2012 às 10:48
Biaggio Talento e Carol Aquino


Foto: Joá Souza/ Ag. A Tarde
Nise Santos (PSTU), candidata a vide-prefeita de Hamilton Assis (PSOL)
Nise Santos (PSTU), candidata a vide-prefeita de Hamilton Assis (PSOL)
A enfermeira Nise Santos começou a militância política no movimento estudantil, que a fez ter contato com os movimentos sociais, o movimento sindical e as correntes partidárias. Disputa, este ano, a primeira eleição defendendo políticas de reparação no serviço público municipal.
Esta é a primeira eleição de que a senhora participa. Como surgiu sua candidatura a vice na chapa de Hamilton?
O convite foi feito ao nosso partido (PSTU). Nós achávamos que, diante da disputa que vai haver entre as duas maiores candidaturas majoritárias, a do PT e a da direita tradicional (ACM Neto), era importante juntarmos todos os partidos de esquerda para ocupar um espaço à esquerda desses dois projetos. Meu nome foi uma escolha coletiva por eu representar o PSTU nos movimentos social e  sindical.
Na convenção do PSOL, o candidato Hamilton Assis brincou dizendo que não lhe conhecia. Vocês foram apresentados naquele dia?
Já nos conhecíamos, sim. Não tínhamos uma aproximação pessoal. Cada um sabia quem era o outro, mesmo porque nossos partidos estão juntos nas lutas cotidianas.
E a questão da discussão sobre a negritude nas vices da chapa de prefeito. Como a senhora está observando?
Acho que a direita tradicional e o PT, os aliados do governo federal, perceberam que em Salvador é impossível fazer qualquer tipo de debate sobre eleições que não perpasse pela questão racial. É um debate para nós muito caro. Existe polêmica com relação a cotas raciais na educação e mercado de trabalho, o estatuto da igualdade racial, sobre a diminuição das iniquidades de saúde sobretudo com políticas específicas para as mulheres negras. Enfim, isso ganhou corpo na sociedade. Nesse sentido, a direita tradicional, que negou isso tendo dirigido a cidade por mais de oito anos e o Estado por 16 anos, surfa com o PT nesse  debate que está posto e colocam nas suas vices negros para se tornarem os “herdeiros” da luta negra, da luta antirracista, coisa que não são.

Suas críticas são dirigidas também para a vice da chapa do PT, a vereadora Olívia Santana, que é reconhecida como uma militante histórica do Movimento Negro?
 Reconheço Olívia, não só integrante da história do Movimento Negro, também como alguém de uma classe social diferente do próprio candidato a prefeito da chapa dela e dos outros que estão colocados. Isso não há como negar. Agora o programa que Olívia representa nestas eleições é que, na nossa opinião, é um problema. O programa dela está sendo financiado, hoje, pelo empresariado desta cidade. A candidatura dela é milionária. Temos batido nesse tema do financiamento das candidaturas: quem paga a banda é quem escolhe a música. Os financiamentos de campanha produzem alianças 
para os próximos governos. Portanto, o programa que Olívia representa não é fundamentado nas reivindicações do povo negro dos pretos e das pretas desta cidade, é do empresariado, que segue privatizando Salvador.

Mas a senhora já tinha uma militância no Movimento Negro. Essas causas fazem parte do programa do PSTU?
Com certeza. O que estou defendendo aqui é justamente o que prevê o nosso programa. Uma parte mostramos por que os programas das outras candidaturas não defendem as reivindicações do povo negro e outra mostramos que temos saídas. Minha militância começou no movimento estudantil e num momento importante da universidade na Bahia, quando estávamos discutindo o tema das cotas raciais. Meu primeiro ativismo foi dentro da Universidade do Estado da Bahia. Hoje, construo, o movimento “Quilombo Raça e Classe”.

No programa do PSOL/PSTU há políticas de reparação de um eventual governo da chapa como cotas raciais para servidores e exigências que as empresas contratadas pela prefeitura também tenham políticas reparadoras. Não acha temas muito polêmicos para serem implantados?
Todos os temas ligados à reparação racial trouxeram polêmicas para a sociedade brasileira. Em Salvador, é mais polêmico ainda, por ser uma cidade onde existe o “selo” do que chamamos “democracia racial”, como se não houvesse mais racismo e as condições entre negros e brancos, pós Constituição de 1988, tivessem sido igualadas. Mas isso é uma grande mentira e as estatísticas mostram o contrário. Para se ter ideia, a média salarial do negro é três vezes menor que a do branco; 80% da população de negros e mestiços vive nas periferias de Salvador. Enfim, são vários índices sociais que desmentem a “democracia racial”. Por isso achamos que os concursos públicos da prefeitura precisam ter cotas raciais.

Como enfrentar as  candidaturas que têm muitos recursos?
Não aceitamos financiamento do empresariado, pois eles geram, produzem compromissos para a próxima gestão da prefeitura. Os trabalhadores e os movimentos sociais financiam nossa candidatura. Queremos que esses cobrem a fatura da gestão.
No Rio, Caetano Veloso vai fazer um show para o candidato do PSOL a prefeito. Vocês não pretendem pedir o mesmo para Salvador?
Caetano está convidadíssimo, se apoiar o nosso programa, a fazer um show para ajudar a financiar nossa candidatura.

Candidata a vice-prefeita, Nise Santos diz que concurso deve ter cotas raciais

Nise Santos (PSTU), candidata a vide-prefeita de Hamilton Assis (PSOL)



 Biaggio Talento e Carol Aquino
 

A enfermeira Nise Santos começou a militância política no movimento estudantil, que a fez ter contato com os movimentos sociais, o movimento sindical e as correntes partidárias. Disputa, este ano, a primeira eleição defendendo políticas de reparação no serviço público municipal.
Esta é a primeira eleição de que a senhora participa. Como surgiu sua candidatura a vice na chapa de Hamilton?
O convite foi feito ao nosso partido (PSTU). Nós achávamos que, diante da disputa que vai haver entre as duas maiores candidaturas majoritárias, a do PT e a da direita tradicional (ACM Neto), era importante juntarmos todos os partidos de esquerda para ocupar um espaço à esquerda desses dois projetos. Meu nome foi uma escolha coletiva por eu representar o PSTU nos movimentos social e  sindical.
Na convenção do PSOL, o candidato Hamilton Assis brincou dizendo que não lhe conhecia. Vocês foram apresentados naquele dia?
Já nos conhecíamos, sim. Não tínhamos uma aproximação pessoal. Cada um sabia quem era o outro, mesmo porque nossos partidos estão juntos nas lutas cotidianas.
E a questão da discussão sobre a negritude nas vices da chapa de prefeito. Como a senhora está observando?
Acho que a direita tradicional e o PT, os aliados do governo federal, perceberam que em Salvador é impossível fazer qualquer tipo de debate sobre eleições que não perpasse pela questão racial. É um debate para nós muito caro. Existe polêmica com relação a cotas raciais na educação e mercado de trabalho, o estatuto da igualdade racial, sobre a diminuição das iniquidades de saúde sobretudo com políticas específicas para as mulheres negras. Enfim, isso ganhou corpo na sociedade. Nesse sentido, a direita tradicional, que negou isso tendo dirigido a cidade por mais de oito anos e o Estado por 16 anos, surfa com o PT nesse  debate que está posto e colocam nas suas vices negros para se tornarem os “herdeiros” da luta negra, da luta antirracista, coisa que não são.

Suas críticas são dirigidas também para a vice da chapa do PT, a vereadora Olívia Santana, que é reconhecida como uma militante histórica do Movimento Negro?
 Reconheço Olívia, não só integrante da história do Movimento Negro, também como alguém de uma classe social diferente do próprio candidato a prefeito da chapa dela e dos outros que estão colocados. Isso não há como negar. Agora o programa que Olívia representa nestas eleições é que, na nossa opinião, é um problema. O programa dela está sendo financiado, hoje, pelo empresariado desta cidade. A candidatura dela é milionária. Temos batido nesse tema do financiamento das candidaturas: quem paga a banda é quem escolhe a música. Os financiamentos de campanha produzem alianças
para os próximos governos. Portanto, o programa que Olívia representa não é fundamentado nas reivindicações do povo negro dos pretos e das pretas desta cidade, é do empresariado, que segue privatizando Salvador.

Mas a senhora já tinha uma militância no Movimento Negro. Essas causas fazem parte do programa do PSTU?
Com certeza. O que estou defendendo aqui é justamente o que prevê o nosso programa. Uma parte mostramos por que os programas das outras candidaturas não defendem as reivindicações do povo negro e outra mostramos que temos saídas. Minha militância começou no movimento estudantil e num momento importante da universidade na Bahia, quando estávamos discutindo o tema das cotas raciais. Meu primeiro ativismo foi dentro da Universidade do Estado da Bahia. Hoje, construo, o movimento “Quilombo Raça e Classe”.

No programa do PSOL/PSTU há políticas de reparação de um eventual governo da chapa como cotas raciais para servidores e exigências que as empresas contratadas pela prefeitura também tenham políticas reparadoras. Não acha temas muito polêmicos para serem implantados?
Todos os temas ligados à reparação racial trouxeram polêmicas para a sociedade brasileira. Em Salvador, é mais polêmico ainda, por ser uma cidade onde existe o “selo” do que chamamos “democracia racial”, como se não houvesse mais racismo e as condições entre negros e brancos, pós Constituição de 1988, tivessem sido igualadas. Mas isso é uma grande mentira e as estatísticas mostram o contrário. Para se ter ideia, a média salarial do negro é três vezes menor que a do branco; 80% da população de negros e mestiços vive nas periferias de Salvador. Enfim, são vários índices sociais que desmentem a “democracia racial”. Por isso achamos que os concursos públicos da prefeitura precisam ter cotas raciais.

Como enfrentar as  candidaturas que têm muitos recursos?
Não aceitamos financiamento do empresariado, pois eles geram, produzem compromissos para a próxima gestão da prefeitura. Os trabalhadores e os movimentos sociais financiam nossa candidatura. Queremos que esses cobrem a fatura da gestão.
No Rio, Caetano Veloso vai fazer um show para o candidato do PSOL a prefeito. Vocês não pretendem pedir o mesmo para Salvador?
Caetano está convidadíssimo, se apoiar o nosso programa, a fazer um show para ajudar a financiar nossa candidatura.




fonte: http://atarde.uol.com.br/noticia.jsf?id=5858543 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Salvador: Falsa polarização entre o candidato petista e o herdeiro do Carlismo é uma armadilha para os trabalhadores.


Mário Kertz (PMDB), ACM Neto (DEM) e Pelegrino (PT) não são alternativas para os trabalhadores. 
 Poucas eleições foram tão aguardadas pelo população de Salvador como as eleições municipais de 2012. A corrida pela prefeitura este ano promete ser disputada e, mesmo com poucas semanas de campanha na rua, o assunto “eleições” ganhou destaque nas conversas dos bairros, escolas, e locais de trabalho.
A situação de Salvador é de um completo abandono. A atual prefeitura encabeçada por João Henrique (PP) entrará para história como uma das mais desastrosas de todos os tempos.Não é a toa que, em uma recente pesquisa, a capital baiana tenha sido escolhida por turistas e moradores como a pior capital para se viver em todo o Brasil. Um título que deve ser creditado ao atual prefeito João Henrique e aos partidos que durante os seus 8 anos de mandato estiveram na base do seu governo. Dentre estes partidos, estão o PT e o PcdoB que apoiaram João Henrique nas eleições de 2004 e assumiram, no primeiro mandato respectivamente, as secretarias da saúde e da educação.
O PT apostou tudo no desgaste de João Henrique e agora apresenta a candidatura do deputado federal Nelson Pelegrino/PT para prefeito, e a vereadora Olívia Santana/PcdoB para vice. O objetivo era claro: com o apoio do governador do estado, Jaques Wagner/PT, pretendia passar como um rolo compressor sobre as outras candidaturas nestas eleições.
No entanto, a realidade armou uma “pegadinha” para os planos petistas. A greve dos professores estaduais, que se estende por 100 dias, gerou uma crise política no governo estadual e um profundo desgaste do governador e do PT, abalando diretamente a candidatura de Nelson Pelegrino à prefeitura de Salvador. Abriu-se, então, um espaço para a direita oportunista aquecer a corrida eleitoral.
Muitos trabalhadores desiludidos com o modo petista de governar perguntam se não seria melhor votar em ACM Neto/DEM. Nós do PSTU achamos que tão errado quanto votar nos traidores petistas é se deixar enganar pelos oportunistas da direita que possuem interesses distintos dos trabalhadores e que jamais moveram uma palha para mudar as conidições de vida da população.

Pelegrino não! Basta do modo petista de governar!
A educação pública não tem sido prioridade dos governos do PT. Infelizmente, governos como o de Wagner e Dilma, assim como foi o de Lula, foram eleitos com milhões de votos de trabalhadores que acreditavam em suas promessas de mudança. Acontece que o PT fez uma opção política de governar da mesma forma que os partidos tradicionais de direita, como o DEM-PMDB-PSDB, priorizando os interesses dos grandes empresários que hoje lucram como nunca, enquanto para os trabalhadores nenhuma mudança concreta acontece.
Nessas eleições municipais, candidatos petistas vão tentar nos convencer de que seus governos terão educação como prioridade. Que trabalharão para que a escola pública se fortaleça , que nossos jovens terão uma formação de qualidade e que os professores serão valorizados. Em Salvador, a bola da vez é Nelson Pelegrino, o mesmo que disse que os professores em greve estavam sendo “injustos” com Wagner.
O candidato do PT declarou uma previsão de gastos de R$20 milhões para sua campanha. Fazemos, então, uma pergunta: Quem finacia todo esse dinheiro? A resposta é simples. Os grandes empresários, os mesmos que finaciaram a campanha de Wagner e que também fazem “doações” para candidaturas como a de ACM Neto e Mário Kertz. Se for eleito, Pelgrino irá recompensar seus “investidores” fazendo um governo voltado para os seus interesses, que com certeza são diferentes dos interesses da classe trabalhadora.
Wagner(PT) também dizia que em seu governo trabalharia pela educação. Passados 6 anos, o que vemos é um verdadeiro abandono da educação pública. E como se não bastasse isso, a postura do governador frente à greve dos professores da rede estadual é bem semelhante a de um ditador raivoso obistinado a derrotar os professores, utilizando-se de todo tipo de manobra para desmoralizar os grevistas.
O modo petista de governar foi reprovado. É chegada a hora de dar uma resposta nas urnas, rejeitando traidores como Pelegrino, verdadeiros lobos que, nas eleições, aparecem com pele de cordeiro.

Carlismo nunca mais!Nenhuma confiança na direita oportunista!
Os grandes corruptos da política brasileira costumam dizer que no Brasil “o povo tem mémoria curta” e que nas eleições basta falar “o que todos querem ouvir” para que consigam se eleger. Essa forma de fazer política é a marca registrada de grandes partidos que há anos ocupam lugar de destaque no cenário político nacional, mas que tem se demonstrado incapazes de transformar as condições de vida dos trabalhadores.
Com a crise política aberta por causa da greve da educação, candidatos como ACM Neto(DEM) e Mário Kertez (PMDB), de forma oportunista, tentam se associar ao movimento. A intenção é clara: se aproveitar do desgaste do governo Wagner (PT) que arrasta pra lama a candidatura de Pelegrino. Mas, a verdade é que estes senhores também não possuem nenhum compromisso com a educação pública. Eles estão de olho nos votos dos professores e trabalhadores que não acreditam mais que votando em Pelegrino terão uma mudança real nas suas condições de vida.
Os anos do Carlismo foram durissímos para a educação baiana. Se Wagner é inimigo dos professores, o mesmo também pode se dizer do velho ACM e de toda sua turma que durante anos governaram a Bahia e Salvador. Em seus governos, a educação pública nunca foi prioridade. As escolas estavam sucateadas e os professores sofriam com péssimas condições de trabalho. Não foi à toa que inúmeras greves da educação aconteceram no período, e a postura do Carlismo sempre foi a de reprimir o movimento, utilizando-se da mesma cartilha que hoje é aplicada por Wagner.
ACM Neto é a nova cara do velho e conhecido Carlismo que nada fez pelos trabalhadores, e que agora tenta nos enganar mais uma vez.


Chega de Governar para os ricos! Salvador para os trabalhadores!


Nestas eleições municipais, o PSTU lançara candidaturas classitas e socialsitas em todo o Brasil. Nossos candidatos são trabalhadores como você, que estão no cotidiano das lutas. Nossas campanhas serão independentes e não receberão um centavo da burguesia.
Em Salvador, formamos junto com o PSOL e o PCB a Frente Capital da Resistência, apresentado os nomes do professor Hamilton Assis (Psol) para prefeito e Nise Nascimento (PSTU) para vice. Faremos uma campanha com um tempo de tv pequeno e não teremos os milhões dos empresários. Em contrapartida, apresentaremos um programa socialista, de combate às injustiças sociais e de apoio às lutas da classe trabalhadora.
O PSTU convida você a acompanhar nossa campanha e conhecer o nosso partido. O PSTU é um partido que tem crescido sempre apoiado nas lutas de nossa classe. Somos o partido da professora Amanda Gurgel. Somos o partido que lutou em defesa do Pinheirinho. Somos o partido das lutas e do socialismo!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

NOTA DE ESCLARECIMENTO - RESPOSTA DA DIREÇÃO ESTADUAL DO PSTU AO SITE BOCÃO NEWS


Ontem, o site Bocão News publicou uma notícia acusando professores, dentre eles um militante do PSTU (Eduardo), de fragilizarem a greve dos professores, ao voltarem as aulas. Mais uma vez, a imprensa burguesa baiana cria calúnias e manobram informações para desmoralizar o movimento dos professores. É vergonhosa a tentativa desesperada da mídia burguesa e do Governo Wagner de enfraquecer a categoria. Desde o início da greve, o Governo Wagner e a imprensa burguesa baiana lançam mão de artimanhas cada vez mais ardilosas para confundir os professores e jogá-los um contra os outros.
Primeiramente, gostaríamos de deixar claro que é mentirosa a informação que o professor Eduardo esteja dando aulas. O mesmo, há dois dias, publicou uma carta onde se defende da mesma calúnia, primeiramente criada por militantes que atuam na categoria e que fazem parte da corrente O Trabalho, do PT (mesmo partido do governador), atacando os dois camaradas. O uso de calúnias como arma política é um grave sinal de degeneração e de oportunismo, e é inaceitável entre as fileiras de lutadoras e lutadores, inaceitável dentro de qualquer organização e de qualquer movimento social sério.
Segundo, a matéria do Bocão News ignora ou finge ignorar a situação dos professores contratados pelo REDA e dos que ainda estão em estágio probatório. Só para lembrar ao Bocão News, o Governo Wagner, durante a greve, demitiu quase 60 professores REDA. E, além disso, governo segue com uma grande ofensiva contra a categoria, convocando os professores em estágio probatório para dar aulas para as turmas de terceiro ano. Alguns dos que não aceitaram dar aulas estão sofrendo processos administrativos. Outros entregaram seu “Termo de Assunção” e, assim como o professor Eduardo, assumiram politicamente o ônus de não assumir as turmas e não dar aulas. Sem garantias legais concretas, poucas alternativas sobraram aos professores em estágio probatório.
Dentro de suas possibilidades, uma vez que não contavam com garantias legais concretas, tanto o setor jurídico da APLB-Sindicato quanto o comando de greve orientaram os professores em estágio probatório a dar estas aulas – como acabaram fazendo diversos docentes, incluindo o professor Maikel. Sendo assim, poucas alternativas sobraram a estes docentes. Agindo desta forma, o governo Wagner aplica um duro golpe sobre a categoria, passando inclusive por cima do direito de greve dos professores, inclusive aqueles em estágio probatório.
Os professores e regime REDA, PST e em estágio probatório são os setores mais vulneráveis dentre os demais e, por isso, aqueles que podem ser mais facilmente atacados. É necessário que a categoria e as organizações de esquerda que apoiam e constroem a luta dos professores da rede estadual baiana, a exemplo do PSTU, se unifiquem neste momento para defender os professores e exigir que seus direitos sejam respeitados, dentre eles o direito de greve.
Para finalizar, nós do PSTU repudiamos este e todos os demais ataques desferidos pelo governo Jaques Wagner/PT e pela imprensa burguesa aos professores. A imprensa deveria estar a serviço dos professores e dizer a verdade: a luta dos professores é justa, pela melhoria da educação pública, a responsabilidade da ausência dos professores as aulas e dos alunos fora das salas de aula é do governo intransigente de Wagner e do PT. Nós do PSTU nos orgulhamos de ter apoiado desde o inicio e seguir apoiando a justa luta dos professores e saudamos todos os trabalhadores e as organizações que constroem a greve.


Direção Estadual do PSTU-BA
12 de julho de 2012.



Em defesa da unidade da luta e contra toda forma de coação e covardia contra os companheiros e companheiras em estado probatório


Salvador, 09 de julho de 2012

Companheiros e companheiras trabalhadores em Educação, quero nesse texto denunciar a calúnia e o ataque moral praticados contra mim e contra outros companheiros da categoria. Ainda que tenha ocorrido apenas uma vez, esta situação exige um severo combate dentro do movimento grevista, a fim de manter a continuidade e a força da luta e preservar os quadros que a constroem, evitando perdas para o movimento e garantindo as reais possibilidades de vitória para a categoria.

            Há alguns dias, o governo publicou no Diário Oficial a convocação dos professores em estágio probatório, REDA e PST para assumirem as turmas do terceiro ano, uma medida que visa enfraquecer a greve e diminuir o desgaste do governo. Na ocasião dos acontecimentos, o comando de greve não havia esgotado o debate sobre a manobra do governo e, em função disso, não produziu uma orientação oficial sobre como os colegas deveriam proceder. O setor jurídico do sindicato apresentou, dentro de suas possibilidades, algumas orientações, porém não havendo nenhuma segurança aos professores em estágio probatório.

            Sem clareza sobre o que fazer, a opção generalizada dos colegas em estágio probatório foi de se dirigir ao IAT para pegar o Termo de Assunção e, na seqüência irem as escolas pólos para a entrega do termo, assumindo as turmas. Passados alguns dias, o governo aplicou então uma nova ofensiva: o resultado foi o encaminhando de dois companheiros que não assumiram as classes para processos administrativos; efetuou o corte de mais de 50 REDAS; por fim, convocou no Diário Oficial mais 58 professores em estado probatório para comparecimento na Corregedoria. No Comando de Greve foi encaminhado que as zonais visitassem as escolas-pólo para uma pacífica movimentação de apoio aos professores sobre o tema, com carro de som e panfletagem, garantindo espaço também aos estudantes. No entanto, os professores em estágio probatório ainda permaneciam sem uma clareza de como proceder, aumentando ainda mais sua insegurança com o fato da lista de probatórios encaminhados a Corregedoria já ter sido divulgada alguns dias após a entrega do balanço de freqüência.
            Eu, Eduardo Carvalho, professor da rede estadual em estágio probatório, componho o comando de greve e sou militante do PSTU, além de atuar pela CSP-Conlutas. Em todos os espaços de discussão da categoria sempre defendi a manutenção da greve até o cumprimento da Lei do Piso, a revogação da Lei que transforma salário em subsídio e estive acampado com outros colegas na ALBA durante a greve, que já alcança a marca dos 90 dias. Quando o Governo Wagner convocou os probatórios, propus no comando a construção de um fórum para debater essa situação com o setor jurídico do sindicato e o Comando de Greve. Como professor em estágio probatório, estive no IAT para articular os companheiros e companheiras convocados, na ocasião coletei e-mails e dados dos probatórios que estiveram por la. Assumi politicamente o ônus de não ir à escola dar aulas desde que iniciado o programa do governo para o terceiro ano.
            Passado duas semanas desse impasse e acumulando todos os fatos, especialmente as convocações para a corregedoria, fui pessoalmente orientado pelo jurídico a ir na escola, especialmente para entregar a assunção, o que ainda não tinha feito. Ao me dirigir a escola pólo em que deveria entregar a assunção encontrei duas companheiras em frente ao local, realizando a atividade de panfletagem com o carro de som do sindicato. Ao me aproximar das mesmas, comentei sobre a situação, pedi que me preservassem perante a direção da escola e que me aguardassem para eu as acompanhasse nas demais escolas para fazermos os outros piquetes, como era de nossos costumes, realizarmos essas ações juntos.
            As ativistas, desconhecendo o encaminhamento sugerido no jurídico e a minha situação de probatório, ao invés de colaborar com a preservação da minha estabilidade no local de trabalho, desferiram calúnias e acusações a meu respeito. Fui atacado e desmoralizado publicamente pelas companheiras na presença de alunos, funcionários, policiais, funcionários da Secretaria de Educação - SEC (que fiscalizavam as atividades dos probatórios) e transeuntes, sendo acusado de “pelego” e de “traidor do movimento”. Também o partido ao qual faço parte foi alvo de ataques da companheira do O Trabalho/PT, que disse que “o PSTU deveria rasgar sua legenda” por ser também uma organização traidora.
            O juízo popular se caracterizou como uma covardia na medida em que não me foi dado direito de resposta ou de explicações, pois me foi negado o microfone e a possibilidade de esclarecer a situação, uma vez que meu nome estava sendo diretamente citado. Fui politicamente exposto pelas companheiras aos funcionários da SEC, que me identificam como componente do comando de greve e militante partidário. Ainda, fui alvo de outras calúnias que não consegui escutar por optar no momento em me ausentar do espaço. Enquanto eu deixava o local, os ataques se seguiram, com falas das companheiras para que eu “saísse de cabeça baixa”.
            Após o ocorrido, as mesmas companheiras dirigiram-se à outra escola da mesma Zonal para atacar outro companheiro, também professor em estágio probatório que assim como eu reivindica a CSP-Conlutas e militou no PSTU, ele teve seu nome e organização partidária citadas no microfone, com ele o ataque ainda foi mais sério, haja vista que o mesmo estava na escola e durante as falas foi procurado pelos funcionários da SEC.
            As companheiras comportaram-se, portanto, como “pseudocompanheiras”, agindo de forma imoral ao difamar que eu estaria freqüentando a escola e dando as aulas, uma mentira facilmente espalhada pela base e que serviu de elemento para me desqualificar perante o movimento e a categoria. Quando questionadas por tal prática, negaram tudo, “esquecendo” as calúnias e ofensas que deferiram contra mim e contra o outro companheiro.
            A postura das companheiras representa uma posição sectária e oportunista, que não colabora com o movimento, mas pelo contrário, destrói as relações de confiança e solidariedade que devem compor o cotidiano das lutadoras e lutadores engajados em qualquer movimento. Esta foi uma ação consciente de ataque aos companheiros, pelo simples fato destes comporem organizações sindicais e políticas diferentes da sua.
            As “pseudcompanheiras” usam a calúnia como arma política ao invés do debate como ferramenta para o convencimento, e assumem a mesma função policialesca do Estado, de coação aplicada sobre os professores em estágio probatório. Esta postura aponta para uma moral do vale-tudo, estranha às e aos militantes do nosso partido, o PSTU. Para ganhar politicamente a base para si, passa por cima de todos e quaisquer princípios, valendo-se de mentiras que visam construir a desconfiança da categoria ao redor do companheiro, de mim e da minha organização – que, vale lembrar, sempre esteve lado a lado da categoria nos enfrentamentos contra esse governo, nessa e em outras ocasiões, respeitando a autonomia da categoria.
            As “pseudocompanheiras” através desta postura, direcionam o ataque a companheiros aguerridos na luta pela Educação (que desde o primeiro dia cumpriram papel significativo para o movimento) e não contra o governo Wagner/PT, que desrespeita e ataca de maneira brutal a categoria em seu conjunto. Por que não unir forçar neste momento? Por que não conclamar um esforço à unidade entre os lutadores, para juntos derrotarmos o governo Wagner/PT no seu plano de massacrar os docentes do estado? Por que, ao invés de difamar os companheiros, essas militantes não ajudaram com a formação de piquetes para politizar a base dos professores em probatório sobre a importância política de não assumir as turmas?
            Pois digo em alto e bom som a essas militantes que aqui traidor é Wagner/PT, e não nós que elas atacaram diretamente e os outros colegas em estágio probatório, que estão sendo acusados de “pelegos” e sofrem com esta postura denuncista, sendo julgados, submetidos a juízo popular, desmoralizados publicamente, tendo suas figuras políticas e profissionais expostas (além de coagidos pelo governo Wagner/PT a assumir as aulas), acarretando em significativas perdas em suas vidas pessoais – assim como aconteceu comigo, nesta situação.
            Exigimos respeito de ambas as militantes e de sua organização política (ainda mais porque o fato é reincidente). Nós do PSTU sempre respeitamos suas histórias de luta e suas importâncias para o movimento. Não podemos deixar que companheiras e companheiros, unidos por uma luta em comum, tenham esse tipo de trato com as e os camaradas de organizações políticas e sindicais diferentes. Substituir o debate político pelas calúnias e ataques pessoais e o espaço das assembléias por emboscadas que retratam balanços parciais e isolados sobre os companheiros, leva à degeneração e burocratização das entidades e organizações da classe trabalhadora, além da derrota de qualquer ação de luta que esta tente levar adiante.
            Enquanto parte da CSP-Conlutas e do PSTU, compartilho com estas organizações a visão de que “guerreiro bom é guerreiro vivo” e nesse sentido zelamos pela manutenção de nossos companheiros na categoria. Defendemos que qualquer medida tática, como ir a escola e entregar a Assunção por determinação do Estado, carece de um debate amplo e franco entre os camaradas. Defendemos que os companheiros em probatório que assumiram as aulas por falta de orientação não devem ser caluniados e desmoralizados publicamente de maneira covarde. O comando de greve e a categoria em conjunto deve pensar saída coletiva que visem dar resposta coletiva aos ataques sofridos pelos colegas de REDA e em estágio probatório a fim de fortalecer a greve dos professores.
            Devemos debater no comando estratégias para os mesmos, porém considerando os fatos e minha prática militante, também deixo aqui o desafio de provarem que estive algum dia na escola para dar aulas, faço isso em função da calúnia feita de maneira covarde e imoral contra o meu nome e o meu legado de luta na categoria. O PSTU repudia totalmente a postura das militantes, que desmoraliza grevistas e desunifica a categoria, e exigimos retratação pública já.

Pela defesa da democracia real no movimento e da moral daqueles que lutam contra as injustiças!


Eduardo Carvalho
Integrante do Comando de Greve, militante do PSTU e construindo a CSP-Conlutas.